Polícia

TERESINA

Cinegrafista da TV Clube é agredido ao filmar comerciantes descumprindo decreto estadual

Sindicato dos Jornalistas diz que Guarda Municipal foi omisso ao não tentar impedir a agressão

Da Redação

Terça - 05/05/2020 às 19:18



Foto: Reprodução/TV Clube Momento em que uma comerciante sai de sua loja e agride o cinegrafista
Momento em que uma comerciante sai de sua loja e agride o cinegrafista

Um cinegrafista da Tv Clube, identificado como Pablo Silva, foi agredido por comerciantes nesta terça-feira (05) quando a equipe de jornalistas da emissora produzia reportagem sobre empresários descumprindo o decreto estadual que suspende o funcionamento de lojas com serviços e produtos não essenciais em Teresina em decorrência da pandemia do novo Coronavírus.

A violência ocorreu na Rua Firmino Pires, Centro da capital. Pablo filmava a ação de fiscalização da Guarda Municipal à loja Importex Variedades, que a portas fechadas atendia diversos clientes, quando uma mulher sai da loja e ataca o equipamento do cinegrafista. Na sequência, um homem identificado apenas como Marcondes agride o profissional com tapas. Um terceiro homem também bate em Pablo.

Um Boletim de Ocorrência foi registrado junto ao 1º Distrito Policial, que responde pela região do Centro e tem a frente o delegado Sérgio Alencar. Os comerciantes podem responder por lesão corporal e tentativa de dano.

O Sindicato dos Jornalistas do Piauí e a Federação Nacional dos Jornalistas emitiu nota de repúdio à violência contra a categoria. O Sindjor acusa a Guarda Municipal de ter sido omissa no momento da agressão. "O mais lamentável é que as agressões físicas praticadas pelo comerciante contra a equipe de reportagem da emissora de televisão, ocorreram na presença de agentes da Guarda Municipal de Teresina, que foram omissos na medida que presenciaram as agressões verbais e físicas e não agiram para impedí-las", diz trecho da nota que pode ser lida na íntegra a seguir.

Sindjor-PI e Fenaj repudiam violência contra jornalistas da TV Clube de Teresina

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí (Sindjor-PI) e a Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ vêm a público repudiar e condenar o ataque sofrido por uma equipe de reportagem da TV Clube, afiliada da Rede Globo, ocorrido na tarde desta terça-feira, 5 de maio de 2020. As agressões foram praticadas por comerciantes, proprietários de estabelecimentos localizado no Centro de Teresina.

A violência contra a equipe de reportagem aconteceu quando os profissionais acompanhavam a fiscalização da Prefeitura de Teresina no cumprimento do Decreto Municipal, que proíbe o funcionamento do comércio em Teresina, neste período crítico da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

O mais lamentável é que as agressões físicas praticadas pelo comerciante contra a equipe de reportagem da emissora de televisão, ocorreram na presença de agentes da Guarda Municipal de Teresina, que foram omissos na medida que presenciaram as agressões verbais e físicas e não agiram para impedí-las.

No momento das agressões, a equipe de reportagem da TV Clube estava em pleno exercício do jornalismo, cumprindo um papel social importante e fundamental na divulgação das medidas preventivas contra a proliferação do Covid-19, para bem informar à sociedade piauiense.

O Sindjor-PI e a Fenaj lamentam tal ocorrido e exigem do prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB), adoção de medidas no sentido de que a força de segurança municipal impeça atos de violência contra os profissionais de imprensa, principalmente nas coberturas jornalísticas durante as fiscalizações realizadas pela Prefeitura de Teresina para garantir a política de isolamento social.

Teresina, 5 de maio de 2020.

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí e Federação Nacional dos Jornalistas


O vídeo com o momento da agressão pode ser visto no site da emissora.

A agressão no Piauí acontece dois dias após equipes do jornal Estado de São Paulo ser agredida durante ato contra a democracia em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília. Os jornalistas cobriam ato em apoio a Bolsonaro com pautas inconstitucionais que pediam intervenção militar, ofechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF). Os profissionais foram agredidos com murros, empurrões e chutes no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.

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