"Os números caíram. Vem surtindo efeito o chamado que fizemos às polícias e o trabalho do serviço de inteligência". Quem afirma é o presidente do Sindicato dos Bancários do Maranhão (Sindbancarios), David Sá Barros. A constatação vem do comparativo entre as ocorrências deste e do ano passado. De janeiro a julho de 2009 o sindicato registrou 18 assaltos a agências bancárias. No mesmo período deste ano, o número caiu para 11. A diminuição foi de 61,1% nos registros. Mas, um dado permanece o mesmo do ano anterior: os municípios do interior do estado ainda são os alvos dos suspeitos.O número reduzido de policiais, a segurança deficiente das agências e a precariedade estrutural da região contribuem para o atrativo. A audácia dos assaltantes, que têm se armado cada vez mais, é outro problema a ser enfrentado pela polícia na coibição de assaltos a banco. Atualmente, os assaltantes agem em quadrilhas que se fragmentam de acordo com a necessidade do bando. Os integrantes são cooptados de um estado a outro, diz o delegado do Departamento de Combate a Roubo a Instituições Financeiras da Superintendência Especial de Investigação Criminal (DCRIF/Seic), Luís Jorge Santos Matos. A estratégia, diz o delegado, foi observada em registros de assaltos no Norte/Nordeste, aonde as polícias vêm trabalhando integradas. A parceria já culminou em prisão de perigosos líderes de quadrilhas especializadas em assalto a bancos.O planejamento é parte da atuação dos bandos para garantir sucesso na investida. A escolha de municípios pequenos é a primeira escolha. Uma vez realizando o delito as quadrilhas sabem que dificilmente serão presas. Geralmente mantêm um espião no local para observar o movimento. A chegada de desconhecidos em regiões-alvos costuma chamar atenção dos moradores, que, desconfiados, acionam a polícia.O trabalho investigativo da polícia, em operações que podem durar meses, têm solucionado crimes e tirado de circulação fortes grupos. Em abril deste ano, uma ação policial impediu o assalto já planejado à agência bancária de Formosa Serra Negra, centro-sul do estado. O resultado foi a prisão de seis homens e a apreensão de armamentos de uso exclusivo da polícia e equipamentos suficientes para derrubar aviões.Em maio, a Operação Volante da Polícia Federal prendeu 11 homens e impediu assalto a um carro-forte com cerca de R$ 6 milhões. O armamento preso com a quadrilha tinha poder para destruir um prédio de dois andares. Eles agiam em três estados do Nordeste e saíram de Cabrobó (PE) para Santa Inês (MA), onde foram interceptados. "As quadrilhas são em sua maioria interestaduais. Eles possuem uma equipe de base na logística, mas para os assaltos propriamente, vão buscar em vários estados", explica o delegado. Quadrilhas do Pará, por exemplo, vêm assaltar no Maranhão, e assim se revezam a fim de despistar a polícia.
Fonte: oimparcial
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