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Polícia indicia suspeito por matar piauiense há 15 anos no Distrito Fe

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Quarta - 14/11/2012 às 11:11



 O homem suspeito de matar a mulher há cerca de 15 anos foi indiciado pela polícia do Distrito Federal nessa terça-feira (13). Vandelino Félix da Silva, de 57 anos, foi preso nesta manhã, quatro meses depois do início das investigações. Ele foi indiciado por homicídio qualificado, ocultação de cadáver, tortura e porte ilegal de arma. Segundo a polícia, se condenado ele pode pegar de 12 a 30 anos de prisão.

Preso em Curralinho, próximo a Brazlândia, e transferido para a Delegacia de Polícia Especializada (DPE), ele não teve contato com jornalistas.

O advogado dele, Thiago Machado, disse que ainda não teve acesso ao processo e, por isso, o orientou a ficar em silêncio. “Não conhecemos as provas. O cliente só tomou conhecimento no dia 4 e foi convovacado a prestar esclarecimentos na segunda [12]. Por isso, a orientação técnica da defesa é que ele permaneça calado”, disse.

Maria Terezinha Alves da Silva desapareceu em janeiro de 1998. As investigações, de acordo com a polícia, indicam que ela foi morta pelo então marido.

De acordo com o delegado-chefe adjunto da 11ª DP, no Núcleo Bandeirante, Victor Dan, responsável pela prisão, mesmo sem que o corpo tenha sido encontrado é possível afirmar que houve o homicídio.

“Ele conseguiu esconder o crime por quase 15 anos, só que no decorrer deste tempo as investigações mostraram que não foi isso o que aconteceu. É um caso parecido com o do goleiro Bruno. Não é preciso encontrar o corpo para comprovar o homicídio”, diz.

A família acreditava que a vítima havia fugido com outro homem. Segundo os filhos de Maria Terezinha, o pai chegou a mostrar cartas que ela teria recebido do suposto amante e o guarda-roupas vazio, para mostrar que ela teria decidido ir embora.

As investigações apontam que o suspeito recebeu uma procuração de Maria Terezinha, para que ele se tornasse o responsável por um imóvel localizado em Santa Maria, no DF. A data desse documento coincide com a do desaparecimento dela, segundo a polícia. O delegado João Carlos Lóssio afirmou que o fato é mais um indício de que Silva é o responsável pelo crime.


O desaparecimento só começou a ser investigado em julho deste ano, cinco meses depois que os dois filhos da vítima decidiram registrar a ocorrência na 11ª DP, no Núcleo Bandeirante.

Segundo Vandelino Félix da Silva FIlho, a decisão de avisar a polícia sobre o desaparecimento aconteceu dois anos depois que sua avó materna questionou os filhos sobre um imóvel em nome de Maria Terezinha, no Piauí.

“Esse imóvel estava abandonado e continua no nome da minha mãe. A gente só ficou sabendo em 2010. Em fevereiro deste ano, nós decidimos avisar a polícia sobre a minha mãe, e em julho começaram a investigar”, disse o filho caçula, de 25 anos.

Ele também afirmou que o pai se mostrava agressivo com a mãe e com os filhos. O comportamento teria mudado, segundo ele, após o desaparecimento de Maria Terezinha.
“A gente era criança quando minha mãe sumiu, a gente não tinha muita noção do que poderia
ter acontecido.”

Vandelino não é o pai do filho mais velho da vítima, o diagramador Marcos Alves Ferreira de Souza, de 27 anos, que diz que parou de apanhar quando tinha cerca de 12 anos. “Tenho ele como pai, vivi com ele desde oito meses. Pra mim é muito triste pensar no que ele fez.”

Outras suspeitas
Segundo o delegado João Carlos Lóssio, as investigações da polícia apontam que Vandelino é suspeito de outros crimes, como o assassinato de uma pessoa que tomava conta dos filhos de uma de suas ex-mulheres, após uma discussão, indução ao aborto e casos de agressão e tortura psicológica e física.

“Em 17 anos de polícia eu nunca investiguei um crime desses. Esse homem é ciumento, controlador, chegou a bater em uma de suas mulheres com a bíblia, agredia as mulheres quando os filhos já estavam dormindo, torturava elas, torturava os filhos”, disse.

Acompanhamento clínico

Silva é servidor público aposentado. Há quatro anos foi afastado das atividades por um problema na coluna, segundo os filhos. Ele passa por acompanhamento psicológico e psiquiátrico por conta de ansiedade. Ele também sofre de hipertensão e precisa ingerir sete medicamentos todos os dias.

A funcionária pública Lilia Batista, de 36 anos, é a segunda filha de Vandelino Silva, fruto do primeiro casamento. Ela afirma que o pai nunca foi violento com os filhos mais velhos. Ela diz que acredita na inocência do pai.

“Cremos que ela [Maria Terezinha] vai aparecer e tudo vai se resolver. Meu pai não tem histórico de agressões, sempre me acompanhou na escola, na faculdade. O cardiologista pediu para ele passar por psiquiatra e psicólogo por causa da ansiedade.”

Fonte: g1

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