Polícia acha suspeitos de vazar imagens Carolina Dieckmann

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Atriz Carolina Dieckmann

Atriz Carolina Dieckmann Foto: Eimulher

A polícia encontrou quatro suspeitos de terem roubado fotos íntimas do computador de Carolina Dieckmann em março e depois as terem divulgado na internet, em 07 de maio, após tentativa de extorsão. De acordo com a investigação, hackers do interior de Minas Gerais e São Paulo invadiram o e-mail da atriz e pegaram as imagens. Isso descarta a suspeita inicial sobre funcionários de uma loja de assistência técnica no Rio de Janeiro onde Dieckmann havia deixado o laptop para consertar, há dois meses.

Um grupo especializado da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) da Polícia Civil do Rio usou programas de contra-espionagem para chegar aos suspeitos.

De acordo com a investigação, o roubo teria começado com um e-mail usado como isca (spam), que ao ser aberto liberou uma porta para a instalação de um programa que permitiu aos hackers entrar no computador da atriz.

“A vítima fatalmente clicou nesse spam”, explicou o delegado Rodrigo de Souza Valle. “Provavelmente ela deixou esse arquivo ser reenviado para o autor.” Uma varredura feita no computador da atriz detectou que o invasor furtou, ao todo, 60 arquivos.

O primeiro suspeito encontrado foi Diego Fernando Cruz, de 25 anos, que teria sido o primeiro a divulgar as fotos na internet. Com um mandado de busca e apreensão, os policias entraram no quarto dele, em Macatuba, no interior de São Paulo. No local, foram encontrados CDs, softwares e cinco computadores. Um laptop estava aberto em uma página só com fotos da atriz. Uma das pastas de arquivo estava nomeada como "Carola", mas a maioria dos arquivos tinha sido completamente apagada. “Formatei ontem”, disse Diego.

Outros três rapazes estão entre os suspeitos. Um deles é menor de idade e teria sido o autor das ligações para chantagear a atriz, com o pedido de R$ 10 mil para que as fotos não fossem publicadas.

O principal suspeito de ter invadido o computador e furtado as fotos da atriz é Leonan Santos, de 20 anos. O jovem, que vive numa casa simples em Córrego Dantas, em Minas Gerais, contou que já é investigado em outra ação de hackers, que teriam desviado dinheiro de um banco pela internet, mas se disse inocente.

Pedro Henrique Mathias seria o dono do site que publicou as fotos. O quarto integrante não teve a identidade revelada pela polícia.

Os investigadores interceptaram uma troca de mensagens pela internet entre o grupo, em que Diego admite a divulgação das fotos: “Eu passei ‘pro’ cara na quinta (3) à noite. Ele pôs no site dele na sexta (7) de tarde. Na mesma hora estava em todos os jornais”.

Em outro bate-papo, Diego diz a Pedro Henrique como teriam conseguido as fotos. “Foi apenas invasão de e-mail, não de PC (computador). Ela tinha que ter cuidado de apagar, né? Acho que ele pegou nos (itens) enviados dela.”

Foi nas informações deixadas pelos próprios hackers nos acessos aos e-mails de Dieckmann que os investigadores encontraram uma espécie de impressão digital eletrônica (IP) dos suspeitos.

Nas conversas, Diego demonstra preocupação com a extorsão que Pedro Henrique demonstra não saber que havia acontecido. “A pena grave aí é essa extorsão. Isso aí eu nunca fiz”, escreveu Diego. “Prevejo problemas. Viu o noticiário? Ela (Dieckmann) alega ter sido chantageada. Aí a coisa muda de figura”, disse Pedro Henrique.

O grupo de hackers descobriu que era investigado e também falou sobre o assunto no bate-papo. “O trem ficou sério, hein? Em uns dias ‘tá’ a PF (Polícia Federal) interrogando a gente. Hehehe”, riu o rapaz não identificado, que parecia duvidar que seria pego. “Vai dar nada, não.”

Poucos dias depois, no entanto, a polícia chegou até os suspeitos. “Eles não esperavam que fossem ser pegos. Acreditavam que a polícia não teria recurso de detectar a ação”, explicou o inspetor. “Deixaram rastro. Todo crime sempre tem um vestígio. Na internet não é diferente.”

O Brasil não tem lei específica para crimes de informática. A Justiça se baseia no código penal e, no caso da atriz, os envolvidos serão indiciados por furto, extorsão qualificada e difamação, de acordo com a Polícia Civil.

O caso
Carolina Dieckmann procurou a polícia no dia 7 de maio, data do início das investigações comandadas pelo delegado Gilson Perdigão. Trinta e seis fotos pessoais da atriz foram publicadas na internet três dias antes, inclusive imagens ao lado do filho de quatro anos, o que, segundo o advogado dela, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, “agrava de forma substancial o crime”.

A atriz recebeu ameaças de extorsão desde o fim de março, mas disse que não havia registrado queixa antes para evitar mais exposição.

Na delegacia, contou que estava tendo problemas nas suas contas em sites de relacionamentos desde o ano passado. Contou também que a empregada atendeu o telefonema de um homem que dizia ter fotos dela. Em seguida, o hacker teria enviado duas imagens por e-mail para o empresário de Carolina, por meio da conta vempropapai200101@hotmail.com. Para não divulgá-las, pediu R$ 10 mil.

A primeira suspeita foi de que as fotos pudessem ter sido copiadas há dois meses, quando o computador portátil foi levado para conserto. “A gente tem informação de que o computador foi arrumado. Essa é uma das questões que estão sendo levantadas, mas a investigação da polícia é muito mais ampla”, explicou, na época, o advogado. Técnicos e responsáveis pela loja chegaram a ser ouvidos.

Os dois sites que publicaram as fotos inicialmente foram contatados por Kakay e logo retiraram as fotos. Os advogados agora negociam com o Google para que as buscas não levem os internautas até sites que ainda divulgam as fotos.

Fonte: g1

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