Economia

Planos de saúde poderão subir até 8% ainda este ano

Piauí Hoje

Sábado - 26/04/2008 às 04:04



As operadoras de plano de saúde querem que os preços dos planos médicos aumentem até 8% este ano. O índice foi informado pelo presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Arlindo de Almeida. Segundo ele, os custos das empresas subiram entre 7% e 8% nos últimos 12 meses, o que justificaria o aumento. Em maio, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) vai divulgar o novo teto de reajustes.Ano passado, os convênios reivindicavam reajustes de até 9%, mas a ANS fixou o teto em 5,76% nos preços de planos assinados a partir de janeiro de 1999 - quando começou a vigorar a lei que rege o setor -, desde que as empresas comprovassem aumentos de custos na mesma proporção. Investimentos em equipamentos e novas tecnologias, por exemplo, são levados em conta na autorização para cobrar mais do consumidor final.No cálculo do teto, a ANS considera a média dos aumentos aplicados em contratos coletivos - os que são fechados por empresas, associações e sindicatos - nos últimos 12 meses. O índice encontrado é usado como referência também para os contratos individuais, o que, segundo a ANS, permite que as pessoas físicas tenham o mesmo poder de negociação que os funcionários de empresas.Almeida explica que, com essa metodologia, os aumentos autorizados pela ANS ficaram abaixo das necessidades do mercado. Existem novos procedimentos e tecnologias que as empresas são obrigadas a oferecer, lembra o presidente da Abramge. Por isso, os custos crescem, historicamente, o dobro do registrado pela inflação.No Brasil, o teto autorizado pela ANS ao longo dos anos não tem, de acordo com Almeida, compensado a alta de custos das empresas. Para 2008, o que nós consideramos razoável é um aumento de 7% a 8%, mas nada garante que isso vá acontecer.Mais procedimentosEste ano, um novo fator está pressionando os custos, segundo as empresas: a ampliação do rol de procedimentos médicos obrigatórios.De acordo com a ANS, como a cobertura ampliada começou a valer este mês, as novas regras não vão influenciar o reajuste a ser anunciado em maio. Almeida afirma, porém, que as empresas passaram a oferecer as novas coberturas - e mesmo assim ficarão impedidas de cobrar mais por isso. São 13 meses que as empresas vão passar sem poder cobrar mais por causa do novo rol de procedimentos, critica.Atualmente, a Abramge questiona, na Justiça, a obrigatoriedade dos novos procedimentos. Pelas regras, as operadoras foram obrigadas a oferecer cerca de 200 novos serviços médicos, entre eles laqueadura, vasectomia, consultas a nutricionistas, novos tipos de exames de mamografia e de cirurgias.Almeida diz que os procedimentos não causarão impacto este ano nos preços dos planos antigos, mas os mais recentes - fechados a partir deste mês - já estão mais caros.

Fonte: Agências

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