Saúde

Piauí vai participar do Dia Mundial de Combate à Hanseníase

No dia 27, a mobilização acotnece em Cabeceiras do Piauí. No dia 28, o Hospital Getúlio Vargas promove o Mutirão da Mancha

Segunda - 23/01/2017 às 13:01



Foto: ASCOM HGV promove mutirão de urologia.
HGV promove mutirão de urologia.

O próximo 29 de janeiro é o Dia Mundial e Nacional de Combate à Hanseníase. O Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), entidade brasileira sem fins lucrativos que é referência internacional na área, promove ações em todo o país para sensibilizar a população, enfrentar o preconceito e promover o diagnóstico precoce. No Piauí as atividades seguem até 08 de fevereiro. O objetivo é conscientizar a população e sensibilizar profissionais de saúde para o diagnóstico precoce da hanseníase e a humanização na atenção aos pacientes.

As formações para Agentes Comunitários de Saúde e para Conselheiros Estaduais de Saúde são estratégicas para conscientizar e sensibilizar esses profissionais em relação ao diagnóstico precoce da hanseníase e a todas as questões sociais que envolvem a doença”, explica a coordenadora nacional do Morhan, Lucimar Costa.

Na sexta-feira, 27, a mobilização acontece no município Cabeceiras do Piauí. Já no dia 28, o Hospital Getúlio Vargas promoverá, de 8h as 11h, o Mutirão da Mancha, para realizar o diagnóstico precoce da hanseníase e o encaminhamento imediato dos pacientes para o tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS). Em fevereiro, as atividades chegam ao município Simplício Mendes, com uma capacitação para Conselheiros Estaduais de Saúde, dia 07, e mais um Mutirão da Mancha, dia 08.

Tire suas dúvidas sobre hanseníase!

Você sabia que manchas na pele podem ser hanseníase? Fique atento e se encontrar algum sintoma procure a unidade de saúde mais próxima da sua casa. A hanseníase tem cura e o tratamento está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).

Tire suas dúvidas pelo ZAPHANSEN: (21) 979 120 108.

O que é hanseníase?

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae e pode ser paucibacilar (PB), quando o paciente apresenta de uma a cinco manchas pelo corpo, ou multibacilar (MB), quando são encontradas mais de cinco manchas. Quando são paucibacilares, os pacientes não transmitem a doença. Os multibacilares sem tratamento, porém, podem transmitir o bacilo através das secreções nasais ou da saliva. Pacientes em tratamento regular e pessoas que já receberam alta não transmitem a doença. O período de incubação, da infecção à manifestação da doença, tem duração média de três anos e a evolução do quadro clínico depende do sistema imunológico do paciente. Por essa característica, a hanseníase é mais comum em populações de baixa renda, sem acesso a saneamento básico, condições adequadas de moradia e alimentação saudável.

Hanseníase é o mesmo que lepra?

Considerada a doença mais antiga da humanidade, com registros que datam de 1.350 AC, a hanseníase já recebeu muitos nomes. Um dos mais conhecidos - e estigmatizantes - é o termo “lepra”, que já não deve ser utilizado. A doença também é chamada de mal de Hansen, em alusão o médico norueguês Gerhard Hansen, que descobriu a Mycobacterium leprae.

Quais são os sinais e sintomas da doença?

Manchas brancas ou avermelhadas sem sensibilidade para frio, calor, dor e tato; sensação de formigamento, dormência ou fisgadas; aparecimento de caroços e placas pelo corpo; dor nos nervos dos braços, mãos, pernas e pés; diminuição da força muscular.

Como é realizado o diagnóstico da doença?

A identificação da hanseníase é essencialmente clínica, feita a partir da observação da pele, de nervos periféricos e da história epidemiológica. Excepcionalmente são necessários exames laboratoriais complementares, como a baciloscopia ou biópsia cutânea. O diagnóstico precoce é fundamental para garantir o início imediato do tratamento e a cura, sem a ocorrência de sequelas físicas ou neurológicas.

Existe tratamento?

Sim! A hanseníase tem cura! E, quando tratada em fase inicial, não causa deformidades ou sequelas. O tratamento, denominado poliquimioterapia (PQT), é gratuito, administrado via oral e está disponível em unidades públicas de saúde de todo o Brasil. Para pacientes que apresentam a forma paucibacilar (PB) da doença a duração do tratamento é de seis meses. Para os que apresentam a forma multibacilar (MB), o tratamento dura um ano. Concluído o tratamento com regularidade, o paciente recebe alta e é considerado curado.

Qual a situação da hanseníase no Brasil?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o único país que não está em processo de eliminação da hanseníase. Para a OMS, ‘estar em eliminação’ significa registrar até 10 casos da doença por cada 100 mil habitantes. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, em 2014, 31.064 casos novos de hanseníase foram identificados em todo o país, o que corresponde a um coeficiente de prevalência de 15,32  novos casos da doença por cada 100 mil habitantes.

O que foi a prática do isolamento compulsório de pacientes com hanseníase?

No Brasil, até a década de 1980, a lei federal nº 610 de 13 de janeiro de 1949 recomendava o isolamento compulsório dos pacientes com hanseníase em hospitais colônia.  A mesma lei ordenava a entrega dos bebês de pais com hanseníase à adoção, o que levou à separação de milhares de famílias. Essa situação perdurou até 1986, quando os antigos hospitais colônia foram transformados em hospitais gerais. “Os muros foram derrubados, os portões abertos, mas a luta pelo reencontro destas famílias ainda continua”, revela Lucimar Costa, coordenadora nacional do Morhan.

Existem medidas reparatórias?

Desde 2007, a lei federal 11.520 concede medidas reparatórias às pessoas que foram submetidas ao isolamento compulsório. A indenização corresponde à pensão vitalícia de um salário mínimo e meio e à garantia de fornecimento de próteses, realização de intervenções cirúrgicas e assistência à saúde por meio do SUS, que ainda não é plenamente assegurada pelo Governo Federal. Porém, as medidas não se estendem aos filhos dessas pessoas, entregues compulsoriamente à adoção ao nascer. Desde 2015 tramita na Câmara dos Deputados o PL 2104, que altera a lei federal 11.520/2007 e estende suas medidas reparatórias aos filhos que foram separados de suas famílias.

Fonte: Assessoria

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