Economia

Piauí: uma a cada 4 mães não sabe amamentar

Piauí Hoje

Sexta - 01/10/2010 às 04:10



Reportagem de Gabriela Cupani e Guilherme Genestreti publicada no jornal Folha de São Paulo desta quinta-feira 30 de setembro revela que apesar do "oba-oba" sobre aleitamento, ainda faltam educação e orientação básica. Estudo avaliou 1.800 mulheres; fissuras nos seios e baixa produção de leite estão entre as maiores dificuldadesApesar de tantas campanhas e de ninguém questionar as vantagens, uma em cada quatro mulheres enfrenta dificuldades na hora de amamentar.O estudo, do Centro de Referência Estadual em Bancos de Leite Humano do Piauí, foi apresentado em um congresso de bancos de leite, que acontece em Brasília.A pesquisa avaliou 1.800 mulheres que deram à luz entre fevereiro e março deste ano. Delas, 435 -24% do total- apresentaram algum problema no aleitamento, sendo os mais comuns mamas cheias demais, baixa produção de leite, fissura do bico do seio e dificuldade no posicionamento do bebê.O que justifica o índice, diz a nutricionista Vanessa Paz Lima, coordenadora do levantamento, é a falta de informação sobre os modos corretos de amamentar e de prevenir esses problemas."Falta educação", concorda a pediatra e neonatologista Clery Bernardi Gallacci, da Maternidade Santa Joana, em São Paulo. "É preciso dar assistência no pré-natal, no momento do nascimento e depois." A mama cheia, que foi o problema mais recorrente, está diretamente relacionada à falta de informação. Se a mãe não sabe que deve alimentar o bebê periodicamente, o peito enche e o bebê só vai abocanhar o bico, o que pode levar a fissuras."O correto é que ele abocanhe toda a região da aréola, que é onde ficam os sacos de leite, e não o bico", explica Danielle Silva, coordenadora de Processamento e Controle de Qualidade do Banco de Leite Humano do Instituto Fernandes Figueira/Fiocruz.Para isso, a posição correto do bebê é fundamental: a cabeça deve estar recostada na curva do braço da mãe e o corpo alinhado ao dela.O mau posicionamento também pode até causar fissuras nos mamilos, o que leva a dores nas mamadas.Nesses casos, recomenda-se que a mãe hidrate o bico do seio com o próprio leite ao final da mamada. "Ele também protege contra infecções", diz Danielle Silva. FALTA DE APOIOO segundo problema mais frequente foi a baixa produção, que é evitada dando de mamar com frequência."O maior problema é a falta de apoio. Muitos pediatras não sabem orientar direito", acredita Fabíola Cassab, fundadora do grupo Matrice, de apoio à amamentação.Todas essas orientações, segundo Vanessa Paz Lima, devem ser passadas à mãe logo no pré-natal e devem continuar nos dias seguintes ao nascimento do bebê."Se, durante a internação do pós-parto, identificarmos que a mãe apresenta algum problema para amamentar, ela passa a receber uma orientação intensiva e só recebe alta se tiver entendido os procedimentos", afirma.Segundo ela, o importante é que haja conforto durante o aleitamento: "Qualquer condição que provoque dor pode interferir na amamentação e desestimulá-la".Danielle Silva completa: "A Organização Mundial da Saúde preconiza seis meses de aleitamento exclusivo. Isso não apenas nutre, como protege contra infecções".

Fonte: Folhaonline

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