Piauí é 3º em atendimentos para prevenção da hanseníase

Projeto completa 10 anos com cerca de 70 mil atendimentos no país. Pacientes recebem diagnóstico e tratamento completo por meio de medicamentos doados à OMS


carreta da Saúde

carreta da Saúde Foto: Angelita Gonçalves

A Carreta Novartis da Saúde, que percorre o Brasil para combater a hanseníase, completa 10 anos como um dos principais projetos de erradicação da doença no país. O estado do Piauí foi o terceiro que mais recebeu os serviços de saúde, com mais de 7 mil atendimentos e o diagnóstico de 286 novos casos da doença em quase 50 municípios percorridos.

Segundo dados parciais da Secretaria da Saúde do Estado, em 2018 foram registrados 29.7 casos por 100.000 habitantes, considerado como parâmetro muito alto¹. A doença é considerada um problema de saúde pública por décadas. Embora tenha sido controlada na maior parte do mundo, a hanseníase continua a afetar cerca de 200 mil pessoas por ano, especialmente em países como Brasil, Índia e Indonésia.

Combate à doença no país

Segundo dados cadastrados no Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), o projeto já percorreu quase 500 municípios de diferentes estados, realizou cerca de 70 mil atendimentos e concluiu o diagnóstico de 2.369 pessoas, que foram encaminhadas para o tratamento adequado.

Além do atendimento à população, a Carreta realiza o treinamento de profissionais da área da saúde pública em municípios brasileiros, com o objetivo de ampliar os conhecimentos dos profissionais em relação ao combate à doença. A capacitação é realizada em parceria com a Associação Alemã de Assistência aos Hansenianos e Tuberculosos (DAHW). Em 2018, 1.900 profissionais de saúde pública foram treinados.

A Carreta Novartis da Saúde está em atividade desde 2009. Trata-se de um caminhão itinerante com cinco consultórios e um laboratório que percorre estados brasileiros, oferecendo atendimento gratuito e exames, além de esclarecer dúvidas e conscientizar a população sobre a prevenção.

Após o diagnóstico, os pacientes recebem o tratamento completo por meio de medicamentos da Novartis doados à Organização Mundial da Saúde (OMS), que os repassa a países como o Brasil. O tratamento poliquimioterapia (PQT), que está disponível gratuitamente em toda a rede pública do Brasil, cura a hanseníase, interrompe sua transmissão e previne as deformidades.

O projeto é resultado de uma parceria com o Ministério da Saúde, com apoio do CONASS (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e do CONASEMS (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), que buscam a erradicação da doença até 2020. Estima-se que a carreta seja responsável por cerca de 25% de todos os diagnósticos realizados no país.

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica e curável que causa, sobretudo, lesões de pele e danos aos nervos. O Brasil está em segundo lugar no ranking de países com novos casos de hanseníase², segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, há uma redução de 34,1% no número de novos casos diagnosticados no país entre 2006 e 2015³. A queda é reflexo de uma série de ações implantadas para o enfrentamento da doença, como é o caso da Carreta Novartis da Saúde.

Comumente conhecida como lepra, a hanseníase é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, que lesiona os nervos periféricos e reduz a sensibilidade da pele. Geralmente, o distúrbio ocasiona manchas esbranquiçadas em áreas como mãos, pés e olhos, mas também pode afetar o rosto, as orelhas, nádegas, braços, pernas e costas.

Fonte: Angelita Gonçalves

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