Polícia

Penitenciária de Esperantina tem 5 agentes para 381 detentos

Em uma vistoria foram encontrados 70 armas artesanais, celulares, drogas e até um mapa da penitenciária

Sexta - 18/11/2016 às 16:11



Foto: Divulgação Armas artesanais feitas com barras de ferro na penitenciária de Esperantina
Armas artesanais feitas com barras de ferro na penitenciária de Esperantina

Agentes Penitenciários fizeram uma inspeção nessa quinta-feira (17) no sistema prisional Luiz Gonzaga Rabelo, em Esperantina, e encontraram cerca de 70 barras de ferro transformadas em armas artesanais, celulares, drogas, pedaços de serras e um mapa para fuga.

Segundo o presidente do sindicato dos policiais penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), José Roberto Pereira, grande parte do material que foi encontrado é fruto do que vem de fora que é arremessado por cima do muro da instituição. Além das armas, celulares e drogas, o que mais chamou a atenção para os agentes, foi um mapa com o desenho fiel da estrutura da penitenciária.

“O mapa encontrado tem duas finalidades, a primeira é indicando o lugar pra quem vai jogar o material pois existem setas ensinando as pessoas onde devem jogar e a segunda é a facilitação de fuga, pois eles tem todas as informações dos acessos”, afirma José Roberto.

Mapa feito pelos detentos da casa de detenção de EsperantinaMapa feito pelos detentos da casa de detenção de EsperantinaFoto: Divulgação

O presidente do Sinpoljuspi alerta para a situação insustentável em todo o sistema prisional do Piauí.

“A penitenciária de Esperantina tem a capacidade original de 157 detentos, havia ontem 381 detentos durante a vistoria. É humanamente impossível um grupo de agentes penitenciários, de uma forma bem reduzida com apenas 5 agentes que trabalham no dia a dia da unidade, fazer um trabalho a contento para a sociedade. O que o agente faz no seu dia a dia é milagre. É complicado sobreviver em um ambiente desses”, afirma o presidente.

Para minimizar a falta de vagas no sistema prisional do Estado, está sendo construída uma casa de detenção na cidade de Campo Maior. Essa obra teve inicio em julho de 2009, mas ainda hoje não foi entregue e sua capacidade é de apenas 140 detentos, que segundo José Roberto não vai sequer amenizar a superlotação do sistema prisional que hoje conta com um déficit de 2 mil vagas.

“A secretaria de justiça em todas as suas colocações, quando ocorre uma situação dessas como a de Esperantina, diz que vai intensificar a fiscalização, mas ela só faz depois que ocorre, quem faz o trabalho mesmo são os agentes penitenciários que trabalham no plantão. O baixo efetivo de agentes, aliado à superlotação e a carência de vagas, esse é o estopim para todos os demais males no sistema prisional do Piauí”, finaliza o presidente do Sinpoljuspi.

Fonte: por Samuel Brandão

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