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Paralisação dos médicos deixa 10 mil pessoas sem atendimento

A categoria reivindica por melhores condições de trabalho

Quarta - 06/06/2018 às 14:06



Foto: SIMEPI Paralisação dos médicos suspende atendimentos em Teresina
Paralisação dos médicos suspende atendimentos em Teresina

Os médicos da rede municipal de Teresina paralisaram as atividades nesta quarta-feira (6) e 10 mil atendimentos foram suspensos. Em apenas um mês, esta é a quarta paralisação da categoria, que reivindica por melhores condições de trabalho nos hospitais.  

De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos do Piauí, Samuel Rego, devido a precariedade dos hospitais e a falta de condições adequadas de trabalho para os profissionais, a população vem sendo prejudicada há anos.

“As condições de trabalho ruins estão fazendo as pessoas morrerem nos hospitais de Teresina.  Todos os dias recebemos denúncias! Abrem UPAs [Unidades de Pronto Atendimento] ao lado dos hospitais e não contrataram médicos. Então o médico tem que atender na UPA e no hospital, fica sobrecarregado trabalhando nos dois locais”, disse Samuel Rêgo.

Samuel Rego

A paralisação também vai acontecer nesta quinta-feira (7). Durante o movimento, ficam resguardados apenas os atendimentos de urgência e emergência. Consultas e exames serão remarcados.

Em nota a Fundação Municipal de Saúde (FMS), disse que os salários dos médicos de Teresina seriam maiores do que os pagos pelo Ministério da Saúde e que o Plano de Cargos, Carreira e Salários dos Médicos, elaborado com aprovação do SIMEPI, está sendo cumprido.

Nota da FMS

 A FMS informa que o Plano de Cargos, Carreira e Salários dos Médicos da FMS, elaborado com aprovação do SIMEPI, está sendo cumprido. Os salários da classe não podem passar por maiores reajustes pelos motivos a seguir:

1) Teresina dispende aproximadamente 36% das suas receitas correntes líquidas com saúde, sendo que a legislação determina que as despesas com saúde pelos municípios de 15%; 2) Somente na área de saúde, Teresina conta atualmente com 11.300 servidores, quase 10 mil a mais do que na época em que o município assumiu a gestão do SUS. 3) Os salários pagos são maiores que os do Ministério da Saúde, EBSERH e Secretaria de Estado da Saúde e, 4) Mesmo com a crise financeira que vivemos, o município conseguiu reajustar o salário de todos os seus servidores em 3%, compensando a inflação.

Em relação às outras demandas do sindicato, a FMS informa que a relação de 35 médicos enviada pelo SIMEPI que não foram contemplados com a promoção/progressão foi entregue à Diretoria de Recursos Humanos, que informou não terem adquirido esses direitos em abril de 2016. Já os hospitais relacionados como em "situação precária" já se encontram em reforma. Os locais com demanda excessiva de atendimento estão autorizados a contratar temporariamente mais profissionais, sendo que a FMS já realizou dois concursos públicos para médicos em 2017 e está em negociação para fazer um terceiro. O Hospital e Maternidade do Buenos Aires faz uma média de 5 partos ao dia e o neonatologista é exclusivo da maternidade, tendo os leitos de UCINCO atendidos por outro pediatra. Essa média diária de partos também justifica os dois obstetras.

Fonte: Semepi

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