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OAB-PI cobra esclarecimentos sobre mortes na Evangelina Rosa

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Sexta - 09/05/2014 às 12:05



A vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí, Eduarda Miranda, visitou na manhã de ontem (8) a Maternidade Dona Evangelina Rosa. Ela esteve acompanhada da presidente da Comissão de Direito da Saúde, Rubenita Lessa, onde buscaram esclarecimentos acerca das denúncias recorrentes de óbitos de bebês e demora em atendimentos na maternidade.

As advogadas foram recebidas pela diretoria da Maternidade, que expôs a atual situação do hospital e forneceu todos os dados técnicos sobre o atendimento de pacientes da capital e do interior. Segundo a diretora administrativa, Giuliane Araújo, um dos problemas apontados é a falta de pessoal. “O número de profissionais é insuficiente. Temos profissionais que já estão para se aposentar e não temos previsão de reposição de outros. O número de médicos também é inferior ao necessário e muitos deles ficam mais tempo para suprir a demanda”, afirmou Giuliane.

A diretora explicou também que já foi enviado um relatório completo sobre a situação da maternidade à Secretaria de Saúde do Estado solicitando as providências quanto ao número de pessoal e aquisição de equipamentos. Sobre a denúncia de que pais não podem acompanhar as pacientes, Giuliane explicou que a escolha do acompanhante é feita pela mãe e, ainda, que foram instaladas cortinas nas enfermarias para dar mais privacidade às famílias.

A Maternidade Dona Evangelina Rosa é um hospital de alta complexidade e, segundo o diretor geral, Francisco Martins, possui uma demanda acima da capacidade em virtude da falta de assistência básica nos municípios. “Vivemos uma situação semelhante ao HUT, pois são cerca de mil partos por mês. A diferença é que temos alta rotatividade. A Prefeitura poderia contribuir mais com as maternidades dos bairros, e os municípios do interior também”, afirmou Martins.

O diretor clínico, Josué Ribeiro, apresentou os dados de diminuição de óbitos desde 2011, principalmente referente às pacientes de Teresina. Para ele, são necessários mais recursos para a saúde pública, uma vez que a demanda aumentou e a estrutura da maternidade permaneceu a mesma. “O problema não é a Maternidade, mas sim o Estado, o Governo, o Sistema de Saúde. Vivemos em uma guerra constante. Se nascem dois bebês e não temos onde colocar, separamos no chão ou juntamos em um berço só? É uma luta diária, mas atendemos todas as mães que chegam aqui, de todos os lugares”, disse Josué Ribeiro.

De acordo com Ribeiro, a Maternidade avançou em termos de humanização e diminuição de óbitos e a maioria dos casos de morte são pacientes que não tiveram um pré-natal bem feito, ou que já vieram com algum problema grave e não resistiram ao chegar à Maternidade. “É necessário fortalecer o atendimento básico, onde aquela mãe iniciou o acompanhamento médico e, se houver a constatação de uma gravidez de risco, encaminhar para a maternidade. Evitaríamos mais mortes se houvesse uma prevenção”, informou o diretor clínico.

A presidente da Comissão de Direito da Saúde, Rubenita Lessa, informou que a Comissão vai averiguar todo o material fornecido pelo hospital e acompanhar o caso. “Vamos analisar as planilhas e os dados que a direção da Maternidade forneceu com o objetivo de cobrar do Estado e dos entes envolvidos as devidas responsabilidades”, disse.

De acordo com a vice-presidente da OAB-PI, Eduarda Miranda, a visita faz parte de um trabalho de vistorias nos hospitais públicos pela Comissão de Direito da Saúde e o papel da Ordem é averiguar os serviços fornecidos para o cidadão. “A OAB-PI cumpre seu objetivo na defesa da dignidade humana, buscando informações acerca dos procedimentos e serviços da Maternidade. Estamos atentos e cobraremos das entidades responsáveis. Além disso, vamos estreitar parcerias com o Conselho de Medicina para contribuirmos no sentido de oferecer um serviço mais digno à população”, concluiu Eduarda Miranda.

Fonte: oab-pi

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