Brasil

O rádio AM continua agonizando

Rádio AM agoniza novas midias invadem

Domingo - 10/04/2016 às 20:04



Foto: barrasvirtual Técnico entrega a notificação ao responsável pela radio
Técnico entrega a notificação ao responsável pela radio
 Um verdadeiro canhão das décadas de 70, 80 e começo dos anos 90. Emissoras, programas e comunicadores com índices de audiência muitas vezes superiores a programas de TV. Isso foi o rádio AM, tanto nas capitais como nos rincões mais afastados do nosso país. O AM fez o que se esperava dele: informou, divertiu. Enfim, comunicou.

Há muito tempo, porém, ele tenta sobreviver de arrendamentos e produtos de cunho duvidoso que comprometem o trabalho do departamento comercial. Claro que existem as “barganhas” como descontos superiores a 80% no preço de tabela ou acesso àquela cota de publicidade do governo municipal, estadual ou federal. Aí, o departamento de jornalismo da emissora que se vire - e se a venda tiver o chamado “rabo preso” tem a possibilidade de “casar” com o FM ( se for o caso ) ou com a página da emissora na internet. Isso mesmo, o AM virou objeto de barganha para venda. Na cidade de São Paulo, o exemplo está ativo.

O episódio mais recente é a saída de uma equipe esportiva terceirizada em AM para uma emissora em FM. Todas as rádios que fazem futebol na capital paulista transmitem em AM e FM, casos de Globo-CBN ( que fundiu a equipe este ano para cortar custos e tentar melhorar as vendas), Bandeirantes e Jovem Pan. As outras já transmitem em FM e, mesmo assim, cortaram custos como viagens e corte de equipe etc. A fase econômica não está boa, mas é só a gente lembrar que nos últimos anos o AM perdeu equipes esportivas próprias como a Record (2011), Eldorado-Estadão-ESPN (2012) e Capital (2013).

Com todo respeito, tomo a liberdade de discordar do meu ex-colega de CBN e brilhante jornalista Heródoto Barbeiro, que afirmou em sua coluna o temível título: “Fim do FM”. Acredito que um dia isso vai acontecer, mas vai demorar bastante, talvez mais que o rádio digital, que virou uma espécie de “Pré Sal” da comunicação brasileira. Nunca se sabe quando vai sair do papel e, quando sair, pode estar fadado ao fracasso segundo comentários de alguns engenheiros que conversei.

O FM hoje só não é o canhão que foi o AM há décadas por causa da TV a cabo, das novas tecnologias e também por causa da economia. O Ministério das Comunicações tem que agilizar a migração de vez do AM para o FM nas grandes capitais o mais rápido possível, pois a cada dia que passa a agonia e o estado vegetativo da outrora imponente “amplitude modulada” vão desanimando a todos.

Fonte: comunique-se

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