Governo Bolsonaro sofre 5 derrotas na Câmara em um só dia

O governo sofreu um massacre como resposta aos ataques ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia


Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Para o jornalista e analista político Ricardo Cappelli, o governo de Jair Bolsonaro, de extrema direita, sofre pelo menos cinco derrotas na Câmara dos Deputados só nesta terça-feira (26).

Segundo ele, poucas vezes um governo sofreu derrotas tão expressivas num mesmo dia.  "Brasília não perdoa. Gritos e ameaças em redes sociais são respondidos com sorrisos e facadas nas costas quando os profissionais resolvem entrar em campo", diz Cappelli.

Acompanhem o que ele chama de gols da política contra a arrogância e falta de habilidade do governo de Bolsonaro.

1 - Política 1 x 0 - Pela manhã, Maia reúne a comissão criada para avaliar o pacote anticrime com o Ministro do STF, Alexandre de Moraes. A maioria das medidas de Moro é descartada e o foco passa a ser o combate ao crime organizado. A Globo passa o recibo e choraminga a derrota do ex-juiz no JN.

2 - Política 2 x 0 -  No início da tarde os líderes dos partidos do Centrão assinam manifesto se dizendo a favor da reforma da previdência mas contra a desconstitucionalização da previdência, medida que dava ao governo o poder de mexer nas regras por lei complementar, sem necessidade de quórum qualificado.

3 - Política 3 x 0 - O mesmo documento anuncia que estes partidos votarão contra as mudanças nas regras para concessão da aposentadoria rural. São contra medidas que afetem os mais pobres.

4 - Política 4 x 0 - O documento diz ainda que os partidos votarão contra as mudanças no BPC - Benefício de Prestação Continuada, um auxílio de um salário mínimo para idosos pobres. Guedes queria reduzir o valor para 400 reais.

5 - Política 5 x 0 - A noite, o plenário da Câmara aprova com mais de 400 votos uma emenda constitucional tornando as emendas de bancada obrigatórias e aumentando o percentual destinado a elas de 0.6 para 1% da receita corrente líquida do ano anterior. O governo diz que a medida aumenta gastos e eleva o engessamento do orçamento federal para 97%.

Cappelli, diz ainda que "Pelo visto, a sorte do Capitão é que o dia só tem 24 horas. Foi um massacre. Maia sorridente pregando conciliação, todos se dizendo amigos de todos com cara de paisagem enquanto a política massacrava a valentia despolitizada.

Para o povo foi um dia excelente. A briga entre liberais democráticos e autoritários retirou da agenda medidas que penalizavam os mais pobres.

Vamos aguardar os fatos. Se virá contra ataque ou se os goleados vão entubar calados. 

Para a extrema direita e para os esquerdistas, a mesma lição de sempre: na política, existe a política. Na democracia, quem se isola e nega a política é sempre derrotado".

Fonte: Ricardo Cappelli

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