Educação

O general Jorge Armando Félix depôs durante seis horas na CPI do Gramp

Piauí Hoje

Quarta - 03/09/2008 às 03:09



O ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Jorge Armando Félix, disse nesta terça-feira que a única tecnologia realmente capaz de evitar grampos telefônicos é "não abrir a boca". Em depoimento à CPI das Escutas Clandestinas da Câmara, Félix disse que as novas tecnologias permitem a execução de escutas telefônicas e ambientais em praticamente qualquer local ou ligação."Tecnologia antigrampo: a única realmente eficaz é não abrir a boca. Existem equipamentos hoje que colocam infravermelho na vidraça nas nossas salas de trabalho. Com a vibração da voz, ele capta tudo aquilo que está sendo falado, e são equipamentos que não são tão modernos assim. Hoje é muito difícil ter absoluta certeza de que você não está sendo monitorado de alguma forma", afirmou.Félix disse que a telefonia é o "meio mais vulnerável" a grampos, especialmente os telefones celulares. "O celular é um rádio, que transmite a uma estação e vai passando para outra. Infelizmente, a tecnologia tem o seu lado bom, mas também tem esse seu lado ameaçador."No depoimento à CPI, Félix negou que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) tenha realizado escutas ambientais no STF (Supremo Tribunal Federal) durante a Operação Satiagraha, da Polícia Federal."Não tivemos nem temos nenhum acesso ao trabalho no Supremo. Quando eles pedem apoio, nós fornecemos o apoio. Quando outro poder nos pede algum tipo de apoio, nós fornecemos. Mas não há porque estarmos nos intrometendo", disse o general.O presidente do STF, Gilmar Mendes, recebeu denúncia de que seu gabinete no tribunal teria sido monitorado pela Polícia Federal a pedido de do juiz Fausto de Sanctis responsável por expedir o pedido de prisão do banqueiro Daniel Dantas, do grupo Opportunity.Mendes teria sido informado por uma desembargadora do TRF (Tribunal Regional Federal) de São Paulo de que seu gabinete foi monitorado por solicitação de Sanctis.Relatório da Secretaria de Segurança do STF, publicado pela revista "Veja" na época, diz que o gabinete do presidente da Corte foi alvo de "um possível monitoramento [escuta ilegal] que pode ter ocorrido nas proximidades do edifício sede". O Supremo informou que adotou "medidas necessárias" para evitar escutas.O relatório diz que, em 10 de julho, numa varredura de rotina, foi detectada suspeita de um grampo que, mesmo instalado fora do prédio, seria capaz de captar conversas no gabinete do assessor-chefe da presidência do STF, sala que, diz a revista, é usada pelo ministro para reuniões. A varredura ocorreu um dia após o presidente do STF mandar soltar Daniel Dantas, preso em 8 de julho.

Fonte: Folha Online

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