Esportes

Nuzman vai completar 25 anos de mando no COB

Nuzman obteve mais um ouro nos tribunais nesta terça-feira

Quarta - 24/08/2016 às 15:08



Foto: www.gazetadopovo.com.br Nuzman
Nuzman

Passados dois dias do fim da Olimpíada, Carlos Arthur Nuzman obteve mais um ouro nos tribunais nesta terça-feira. O presidente do Comitê Olímpico do Brasil conseguiu decisão que impede que ele tenha oposição nas próximas eleições. O dirigente, que já está há 21 anos no poder, está prestes a ter o mandato renovado até 2020. A decisão foi do desembargador Marcelo Lima Buhatem, da Vigésima Segunda Câmara Cível do Rio, que havia decidido o contrário em maio, mas reconsiderou sua análise e votou contra pedido do presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, Alaor Azevedo, que tenta se candidatar. A decisão ainda é liminar.

Pelo Estatuto do COB, as chapas de oposição devem se registrar com antecedência de oito meses para o pleito, ou seja, até abril, uma vez que as eleições acontecem no último trimestre do ano (a partir de setembro). Uma chapa só pode ser registrada com a assinatura de pelo menos dez presidentes de confederações. A tese de Alaor é que nenhum dirigente aceitaria assinar com a oposição, nas vésperas da Olimpíada, pois temiam que o COB deixasse de repassar recursos para os atletas em preparação para os Jogos. 

Caso Nuzman seja candidato, ainda não disse oficialmente, e não tendo oposição mais uma vez, este será o sexto mandato consecutivo do dirigente que foi eleito pela primeira vez em 1995.

Nuzman como "gerente de banco"

Os argumentos convenceram o juiz Mário Cunha Olinto Filho, da 2ª Vara Cível da Barra da Tijuca, que na primeira instância determinou que as chapas ficassem em sigilo e o Estatuto não fosse cumprido. Assim como avaliou o próprio desembargador que agora decide diferentemente. Na primeira decisão, o juiz concordou com os advogados de Alaor que compararam Nuzman a um "gerente de banco", que tem o poder de liberar e confiscar verbas das confederações.

"Ao invés de se tratar de simples requisitos para registros de chapas, passa a dar margem para ser mecanismos de controle de poder e perpertuação do mesmo nas mãos de quem já lá esteja", escreveu o magistrado na decisão de primeira instância.

Já o desembargador explicou ao Blog que decidiu diferentemente da primeira vez pois ainda não havia ouvido as partes:

"É bem comum isso acontecer. A primeira decisão foi com base nos argumentos, mas ainda não havia ouvido as partes. Agora, com o direito ao contraditório, reconsiderei", disse Buhatem.

Os advogados do COB sustentam que o Estatuto deve ser cumprido e ressaltam que ele foi assinado por Alaor, que agora tenta reverter os efeitos.  Já os advogados de Alaor recorrem à Lei Pelé, afirmando que o processo eleitoral da entidade é "anti-democrático". 

Nas últimas eleições, a presidência do COB foi acusada dessa prática que os advogados de Alaor tentam sustentar, de boicotar a confederação do seu adversário: Eric Maleson, então dirigente da Confederação Brasileira de Desportes no Gelo. Nuzman foi eleito por 30 votos a 1.

Fonte: UOL

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