O Calendário de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) foi modificado em 2017, conforme determinação do Ministério da Saúde. Uma delas é a ampliação da vacinação contra o HPV, que a partir de agora está disponível em todas as salas de vacina de Teresina para os meninos de 12 e 13 anos de idade.
Desde 2014 a vacina já está disponível para as meninas. Para os meninos, o objetivo é prevenir os casos de câncer de pênis, garganta e ânus, lesões ano-genitais pré-cancerosas e verrugas genitais, males que estão diretamente relacionadas ao HPV. Além disso, a vacinação masculina também contribui para a redução dos casos de câncer de colo de útero em mulheres, já que os homens são responsáveis pela transmissão do vírus.
A previsão é que até 2020 a faixa etária será ampliada gradativamente, quando serão incluídos os meninos com nove até 13 anos. “Esta faixa etária foi escolhida por ser uma fase em que a vida sexual, e, consequentemente, a possível exposição ao vírus não foi iniciada ainda”, explica a diretora de Vigilância em Saúde da FMS, Amariles Borba.
O esquema vacinal para os meninos contra HPV será de duas doses, com seis meses de intervalo entre elas. Além deles, serão contemplados os homens com HIV entre nove e 26 anos, que assim como as mulheres nas mesmas condições serão imunizados em um esquema de três doses. Para receber a vacina, os portadores de HIV devem apresentar prescrição médica.
Outras alterações estão na administração das vacinas tríplice viral, tetra viral, dTpa adulto, HPV, meningocócica C e hepatite A. “O objetivo das mudanças é aumentar a proteção de crianças e dos adolescentes. Entre os adultos, a meta é manter a eliminação do sarampo e da rubéola e evitar novas contaminações de caxumba e coqueluche”, explica Amariles Borba, esclarecendo que as mudanças são rotineiras e seguem os avanços dos estudos relacionados à imunização.
Veja como ficam as vacinas que foram alteradas:
Hepatite A: passa a ser disponibilizada para crianças até 5 anos. Antes, a idade máxima era 2 anos.
Tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela): este ano, para crianças, há ampliação da oferta da dose, que passa a ser administrada de 15 meses até 4 anos. Antes, a aplicação era feita entre 15 meses e menores de 2 anos. A recomendação é uma primeira dose da tríplice viral
Meningocócica C: passa a ser disponibilizada para adolescentes de 12 e 13 anos. A faixa etária será ampliada gradativamente até 2020, quando serão incluídos crianças e adolescentes de 9 a 13 anos. O esquema vacinal será de um reforço ou uma dose única, conforme situação vacinal.
dTpa adulto (difteria, tétano e coqueluche): passa a ser recomendada para as gestantes a partir da 20ª semana. As mulheres que perderam a oportunidade de se vacinar durante a gravidez devem receber a dose durante o puerpério (até 40 dias após o parto). A medida busca garantir que os bebês já nasçam protegidos contra a coqueluche por conta de anticorpos transferidos pela mãe ao feto frente a gestação.
Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola): este ano, será introduzida a segunda dose da vacina para a população de 20 a 29 anos. Anteriormente, a segunda dose era aplicada apenas em pessoas com até 19 anos. A mudança leva em consideração surtos de caxumba registrados nos últimos anos no país, sobretudo entre adolescentes e adultos jovens. As duas doses passam a ser indicadas para pessoas de 12 meses a 29 anos. Para adultos de 30 a 49 anos, permanece a indicação de apenas uma dose.