Foto: André Pessoa
Niéde Guidon
Insegurança, falta de recursos e de equipamentos, inclusive armas e coletes balísticos, presença constante de caçadores fortemente armados, impunidade e mercado para compra de animais abatidos. Todos esses fatores foram decisivo para o desfecho trágico de uma realidade que vem sendo denunciada há anos pela presidente da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), arqueóloga Niède Guidon.
A presidente da Fundham lamentou a morte do colega de trabalho Edilson Aparecido da Costa e Silva, o guarda-parque assassinado com um tiro de espingarda por caçadores na tarde de ontem (18) no Parque Nacional Serra da Capivara, localizado no extremo Sul do Piauí.
A região da caatinga, onde estão os Parques NAcionais Serra da Capivara e Serra das Confusões a abriga animais silvestres caçados para atender à demanda de restaurantes que ainda servem, mesmo que escondido, pratos à base de caça, como tatu, paca, cotia, cateto e outros, abatidos na região dos parques.
Como é crime federal, punido com prisão em flagrante, o animais mortos são vendidos com preços bem “salgados”, mas tem compradores certos, pessoas ricas quem residem na região de Coronel José Dias, São Raimundo Nonato, São João do Piauí e João Costa, que encomenda a caça para oferecer como prato principal aos seus convidados em banquetes regados a uísque e cerveja.
"Infelizmente são poucos guardas, com equipamento precário, sem coletes e sem armas e sabemos que a coisa mais fácil hoje em dia é um bandido ter armas. A área em que estavam era superperigosa, sempre há caçadores por lá. Ele morreu quando ele outros trabalhadores estavam algemando um caçador que foi pego no Parque e os outros caçadores já chegaram atirando", lamentou a arqueóloga.
O fotógrafo André Pessoa estava ontem (18) à tarde no Parque Nacional da Serra da Capivara, na região de São Raimundo Nonato, no momento do confronto entre três guardas e quatro caçadores, que terminou com um morto – Edilson Aparecido da Costa e Silva - e vários feridos por disparos de arma de fogo.
André Pessoa reclama que os guardas anda desarmados e sem colete balístico. “É como colocar uma criança dentro de uma jaula de uma onça”, comparou.
O FUNDHAM e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) informaram que o velório do corpo de Edilson acontece na sede da Fundação. O enterro vai acontecer no final da tarde.
Políciais da Força Tática da PM, policiais civis e federaisprocuram os caçadores, agora considerados foragidos.
Fonte: Paulo Pincel
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