Niéde Guidon comunica sua saída do Parque Nacional Serra da Capivara


Niéde Guidon

Niéde Guidon Foto: André Pessoa

Agora à pouco Niéde Guidon comunicou a UNESCO sua saída do parque e todo o Patrimônio Cultural da Humanidade ficará em risco, sujeito aos caprichos e agressões de um parque no papel, como quase todas as unidades de conservação do país. Ou seja, o pensamento do ICMBIO é: Se não podemos manter o exemplo que é a Capivara, então vamos deixá-lo exatamente como os outros parques nacionais, largados, entregues à própria sorte.

Diversas autoridades já estão se mobilizando para contornar a situação, mas o escândalo já está tomando as páginas e telas dos principais sites e jornais do país e até do exterior. Com essa decisão, o Brasil assume perante o mundo inteiro que não tem capacidade e competência para manter um parque do nível da Serra da Capivara.

Quase três meses após a visita do ministro do meio ambiente, Sarney Filho, ao Parque Nacional Serra da Capivara, nenhuma ação prática foi tomada pelo órgão ambiental e a Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM), acaba de determinar a paralisação de todos os serviços sob sua responsabilidade na unidade de conservação.

É uma situação constrangedora para o Ministério do Meio Ambiente (MMA) que é o responsável pela gerência ambiental no Brasil. Aparentemente o presidente do ICMBIO, Rômulo Mello, não entendeu a determinação do ministro Sarney Filho durante reunião com Niéde Guidon e, depois de quase três meses, não conseguiu, sequer, assinar a renovação do contrato de cogestão com a FUMDHAM

Sarney Filho deve ser fortemente bombardeado nos próximos dias por ter permitido a saída de Niéde Guidon da administração do parque nacional brasileiro com melhor infraestrutura e gerência do Brasil. Para os ambientalistas é um escândalo que o ministro venha a São Raimundo Nonato exatamente na abertura da semana no meio ambiente e não tenha conseguido resolver coisas básicas para o parque, como uma simples assinatura de um termo de cogestão já existente desde a década de 1990.

O resultado foi que além de não enviar verbas, estrutura, viaturas e muitas outras necessidades do parque, o ICMBIO não teve a responsabilidade (ou seria competência) de manter esse convênio com a FUMDHAM impedindo que a instituição possa receber recursos para manutenção do parque.

Hoje pela manhã uma decisão do juiz federal que tinha bloqueado 4 milhões da União para manutenção do parque e terminou dando uma decisão contrária a liberação dos recursos, exatamente em função do ICMBIO não ter assinado a cogestão com a FUMDHAM, foi a pá de cal nas últimas esperanças de Niéde para conseguir pagar os funcionários.

Amanhã, quarta-feira, dia 17 de agosto de 2016, os turistas que estejam em São Raimundo Nonato ou em trânsito para a cidade que é a porta de entrada da reserva, não poderão mais entrar no parque. Os condutores de visitantes que sobrevivem com os recursos de seu trabalho ficarão impedidos de acompanhar os visitantes. Isso certamente vai causar uma crise na economia local que já enfrenta uma forte seca.

Fonte: André Pessoa/ saoraimundo.com

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