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Mutirões ampliam atendimento a crianças com microcefalia

Terça, 08/03/2016 às 12:03



Foto: James Almeida Secretário Francisco Costa e o prefeito Florentino Neto comemoram a habilitação do serviço de oncologia para Parnaíba.
Secretário Francisco Costa e o prefeito Florentino Neto comemoram a habilitação do serviço de oncologia para Parnaíba.
"É como se meu filho tivesse nascido de novo", afirma, emocionada, Ana Lúcia Pereira, mãe de Luiz Gabriel, bebê notificado como caso suspeito de microcefalia e após investigação diagnóstica, ouvir da médica pediátrica Dorcas Lamonier, que seu filho não tem microcefalia. O resultado foi apresentado durante mutirão realizado nessa manhã de segunda, 7, em Parnaíba, desenvolvido pela Secretaria de Estado da Saúde, em parceria com a Prefeitura Municipal.

No total de 15 pacientes atendidos, 13 foram descartados, uma continua em investigação e outro foi confirmado como microcefalia relacionado a processo infeccioso.

O secretário de Estado da Saúde, Francisco Costa, afirma que a proposta é que esse formato seja ampliado para Teresina, Floriano e Picos, dando mais agilidade para o diagnóstico e facilitando o acesso ao tratamento. "Estamos fazendo uma busca ativa com essas crianças que foram notificadas com microcefalia para que as famílias possam levar seus filhos para uma avaliação com um neuropediatra e uma equipe de multiprofissionais. Nessa semana, os bebês vão ter o seu primeiro atendimento e já saem daqui com toda a sua programação de estimulação precoce agendada", frisou Costa.

O Arthur, 2 meses de idade, chamado carinhosamente pela mãe Patrícia como "minha maior preciosidade", foi o único caso confirmado como microcefalia possivelmente associado a processo infeccioso congênito. A mãe relata que teve exantema e dores nas juntas nos três primeiros meses de gestação e que durante o pré-natal, no exame de ultrassonografia, foi detectada uma anomalia, mas que não sabia do que se tratava. "Somente após o nascimento do Arthur, ainda na sala de parto, o médico confirmou que era microcefalia. Quando o vi, chorei muito, sem saber o que fazer", relata.

Encaminhado à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), de Parnaíba, Arthur já iniciou o acompanhamento multiprofissional. "Se ele veio assim, especial, é porque Deus sabe que sou capaz de cuidar dele. E é o que vou fazer", afirma Patrícia.

Esse cuidado é intensificado pela ação do Governo do Estado, desde a investigação ao acompanhamento dos pacientes. Nos dois mutirões realizados ontem, numa frente, finalizam-se as investigações, fechando o diagnóstico para microcefalia, como ocorreu em Parnaíba, e em outra, realização de consultas e estimulação precoce no Centro Integrado de Reabilitação(CEIR), que fará, durante uma semana, 24 atendimentos.

Em Teresina, Francisco Costa falou sobre a mobilização feita pela Secretaria de Saúde, através do Ceir, de um espaço extra com uma capacidade de atender 200 crianças. Por outro lado "estamos trabalhando esse processo de descentralização com o propósito de levar esse atendimento mais próximo da população".

Nas investigações feitas em Parnaíba, como explica a pediatra Dorcas, "observamos que todas as mães foram bem acompanhadas no pré-natal, bem orientadas quanto à microcefalia e ainda bem tranquilas, sem muita apreensão quanto ao diagnóstico".

Se a tranquilidade é uma marca das mães atendidas no mutirão, o pedido para que todos se empenham na limpeza e cuidados com suas casas e local de trabalho para combater o mosquito Aeades aegipyt é unanimidade. "Todos devemos ter mais cuidados e manter as coisas limpas, evitando que outras crianças tenham microcefalia", apela Patrícia.
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Álvaro Mota

Álvaro Mota

É advogado, procurador do Estado e mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Álvaro também é presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.

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