Municípios

ATAQUE DE ONÇAS

Onças invadem propriedades e devoram rebanhos no interior do Piauí

Criadores relatam prejuízos com a perda de animais e cobram providências das autoridades

Da Redação

Terça - 31/10/2023 às 10:02



Foto: Print do vídeo Onças estão atacando rebanhos na zona rural de Domingos Mourão
Onças estão atacando rebanhos na zona rural de Domingos Mourão

Teresina (PI) - Ataques de onças estão devastando rebanhos de caprinos, ovinos e suínos em propriedades rurais de Domingos Mourão, município localizado a 227 km ao Norte de Teresina.  Os criadores cobram providências das autoridades, pois os ataques resultaram na morte de mais de 100 animais neste segundo semestre.

Os criadores afetados são das localidades Tamboril, Alto Bonito, Cachoeira, Santa Teresa, Malhada Grande e Tinguis. As onças já foram identificadas pelos próprios moradores. 

O professor do IFPI Dr. Matias Sales, proprietário do sítio Meu Sertão, que fica na localidade Tamboril, é criador de caprino da raça Savana e está desenvolvendo  um projeto de melhoria genética dos caprinos da região. Ele está preocupado porque o número de animais está diminuindo e acredita que até fevereiro de 2024 não terá mais animais na Fazenda Tamboril.

Representando o grupo de criadores da região, Dr. Matias Sales gravou um vídeo para mostrar a situação. Ele foi até a propriedade de seu vizinho, Damião, e disse que em julho existiam lá 63 animais. Agora em outubro são apenas 30. 

Para Matias Sales, o ataque de onças está acontecendo devido ao desequilíbrio ambiental na região em função do grande desmatamento para a implantação de energia eólica e de placa solar que está sendo feito na localidade Saco dos Polidoros, no município de Brasileira na divisa com Domingos Mourão. Para ele, o desmatamento e o barulho das máquinas estão gerando a fuga dos felinos pra outras regiões.

Em uma das fazendas, havia 130 cabeças catalogadas. Hoje tem apenas 55. Os criadores começaram perceber que os animais estavam desaparecendo e logo iniciaram uma investigação, encontrando rastro de onças e carcaças de animais que elas deixavam. 

Outro criador tinha 45 cabeças e em pequeno espaço de tempo perdeu mais de trinta. Para não ter um prejuízo maior, resolveu vender o que restou. Hoje seu aprisco está vazio.

"Precisamos de ajuda dos órgãos ambientais, fiscalizadores e da imprensa para juntos encontrarmos uma solução porque não sabemos mais o que fazer", disse Dr. Matias Sales.

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