Foto: Seduc
Horta orgânica da ecoescola
Na última semana, o Governo do Piauí, através da Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduc), firmou parceria com o Centro de Formação Mandacaru de Pedro II, entidade sem fins lucrativos que promove a cidadania dentro da realidade nordestina, desenvolvendo ações socioculturais, econômicas, religiosas e educacionais nas comunidades rurais, trabalhando projetos de convivência com o semiárido na perspectiva da sustentabilidade.
No Piauí, há 16 anos o Mandacaru implantou a Ecoescola Thomas a Kempis, na zona rural de Pedro II. “Esta escola desenvolve projetos educativos voltados para a convivência com o semiárido tendo a roça orgânica como uma alternativa de fortalecimento da agricultura familiar sustentável na região”, informa Neto Santos, coordenador do Centro Mandacaru.
O superintendente Institucional da Seduc, professor José Barros ficou impressionado com a proposta pedagógica da Ecoescola. “Acredito na Educação quando ela é casada com esporte e a cultura. E o que nós encontramos aqui são estudantes altamente ativos, seguros de si, cientes de suas realidades, mas motivados a vencer na vida, apesar da vulnerabilidade frágil social e financeira em que vivem com suas famílias”, pontuou.
Para o professor José Barros, o projeto pedagógico da Ecoescola pode servir de modelo para outras escolas. “Apresento este sentimento para nossa secretária Rejane Dias e para nossa equipe de ensino. Um modelo de educação contextualizada em que a família está inserida de fato na aprendizagem dos seus filhos. Isso é grandioso! São estudantes privilegiados”, declara.
“A personalidade de uma pessoa, de um estudante é construída não só no ambiente familiar, mas também com as experiências em outros lugares. Por isso, a escola tem papel fundamental no estímulo ao desenvolvimento e à formação integral dos alunos. Portanto, iniciativa como esta deixa claro que o aprendizado nesta Ecoescola vai além de ciências humanas e exatas, pois contempla sentimentos, emoções e realidades. Comprovamos com isso a melhorar do processo de aprendizagem”, finaliza o José Barros.
Ecoescola Thomas a Kempis
A Ecoescola Thomas a Kempis foi criada em 2001. Funciona em tempo integral das 7h15 às 17h, com Ensino Fundamental e Ensino Médio. “Aqui os filhos dos agricultores desenvolvem projetos que impactam diretamente na vida das suas famílias, como as roças agroecológicas permanentes, hortas sombreadas, apicultura, manejo adequado aos pequenos animais e técnicas agrícolas de convivência com o semiárido”, explica a diretora Deodata Silva.
A pedagogia escolar da Ecoescola atua ainda na formação direta do estudante como ser cidadão através da educação emocional e ambiental. “Nosso objetivo principal é apresentar alternativas de produção orgânica na agricultura familiar na região sem o uso de agrotóxicos nem desmatamento nas propriedades, dentro de um planejamento estratégico com vistas a uma produção eficiente com foco na sustentabilidade ambiental”, completa Jaqueline Sousa, coordenadora pedagógica.
Escola zero em evasão escolar, atualmente atende 160 alunos por ano. “Aqui estão os verdadeiros amigos, tanto os professores, quantos meus colegas. Foi aqui que nós alunos ganhamos a consciência do que é ter uma grande família”, afirma a estudante do 3º ano, Maria Vieira.
“No interior nem toda escola tem música e aqui tem até violão”, fala a estudante Naiana Marques, do 2º ano, que já pensa em como será difícil ter que sair da escola quando terminar o 3º ano.
Outras atuações do Mandacaru
Nos últimos 15 anos o Mandacaru atendeu 10.514 famílias na construção de cisternas para coletar água da chuva para beber e produzir alimentos. As construções vem de parcerias entre o Governo do Estado, Governo Federal, Articulação do Semiárido Brasileiro - ASA Brasil, além de várias outras organizações que apoiam famílias no acesso à água no Semiárido Brasileiro.
O Mandacaru atua no fortalecimento da Agricultura Familiar, acompanhando as famílias que produz hortaliças sem agrotóxicos em hortas sombreadas economizando água e gerando renda, como também assessora famílias na criação de pequenos animais e quintais produtivos. Todas essas famílias recebem orientação técnica para trabalharem as tecnologias sustentáveis no Semiárido como roças agroecológicas, criação de abelhas nativas e uso racional da água.
Todo esse trabalho tem a importante colaboração de vários parceiros que vão desde as famílias até as organizações sociais e governamentais. A Entidade entende que a colaboração dos parceiros tem sido fundamental na conquista da melhoria de vida das famílias atendidas.
Fonte: Governo do Estado
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