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DENÚNCIA

Site americano é investigado por venda de fósseis retirados do Nordeste

A denúncia foi feita pelo paleontólogo Juan Cisneros, professor e pesquisador da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Da Redação

Sábado - 11/02/2023 às 10:27



Foto: Reprodução/Twitter Site americano investigado
Site americano investigado

Um site norte-americano está vendendo ilegalmente pelo menos 214 fósseis de insetos que viveram na época dos dinossauros, no semiárido do Nordeste. A denúncia foi feita pelo paleontólogo Juan Cisnero, professor e pesquisador da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

"Esta loja nos EUA está vendendo toneladas de fósseis brasileiros. Nossos fósseis são propriedade da União, sua exportação é controlada, para fins científicos, e a sua venda é ilegal", denunciou o professor em uma rede social.

Caso as investigações concluam que o material tenha saído ilegalmente do país, a Justiça dos EUA deverá ser acionada para que determine a apreensão e a devolução dos fósseis ao Brasil. O Ministério Público Federal (MPF) no Ceará está investigando o caso.

 “A única maneira destes fósseis terem saído legalmente do Brasil seria antes de 1942. Vou ter que acreditar que eles vieram fazer uma escavação em 1941, escutando Glenn Miller”, questionou o professor da UFPI.

A lei de proteção ao patrimônio paleontológico de 1942 proíbe que fósseis brasileiros sejam enviados ao exterior, colocando todos eles como propriedade da União. Qualquer peça enviada é considerada contrabando de material paleontológico.

Segundo o jornalista Carlos Madeiro, do portal UOL, alguns fósseis estão sendo vendidos por US$ 3.900, ou seja, cerca de R$ 20 mil. O jornalista denuncia que diversos tipos de peças de espécies estão à disposição dos compradores.

“Os fósseis anunciados por esta loja são do Período Cretáceo, encontrados na Chapada do Araripe, região situada entre Ceará, Pernambuco e Piauí. Mesma região onde foi encontrado o dinossauro "Ubirajara jubatus", contrabandeado para Alemanha”, escreveu o paleontólogo.

A área citada pelo professor é riquíssima e uma das mais importantes do mundo para a pesquisa paleontológica do período Cretáceo. Segundo o paleontólogo, a classe de artrópodes do Araripe, que viveu no período Cretáceo, ainda não é muito estudada. As peças poderiam ajudar a preencher a lacuna sobre o conhecimento de espécies que viveram nessa época no Brasil.

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