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ELEIÇÕES

Extrema direita avança nas eleições para o Parlamento Europeu, desafiando Macron e Scholz

Partidos radicais obtêm seu melhor desempenho na Câmara europeia, com quase um quarto dos assentos

Da Redação

Segunda - 10/06/2024 às 09:46



Foto: BBC Macron
Macron

Se as eleições para o Parlamento Europeu servem como um termômetro para testar o ânimo dos eleitores em relação aos seus governantes, nesse domingo (9) as urnas mostraram uma dura realidade para Emmanuel Macron e Olaf Scholz, que sofreram uma derrota expressiva diante da extrema direita na França e na Alemanha. Os partidos radicais obtiveram seu melhor desempenho na Câmara europeia, conquistando quase um quarto dos assentos.

Como se já previsse o resultado, Macron reagiu rapidamente convocando eleições legislativas para o fim do mês, numa aposta arriscada que pode comprometer a segunda metade de seu mandato presidencial. O presidente francês decidiu arriscar.

Se o Reagrupamento Nacional, de Marine Le Pen, confirmar uma nova vitória interna e ganhar mais espaço na Assembleia Nacional francesa, Macron terá de lidar com uma coabitação indesejada com um primeiro-ministro de extrema direita — possivelmente o líder do partido, Jordan Bardella, de 28 anos, cabeça de lista do RN. A médio prazo, até as eleições de 2027, isso poderia paralisar o governo e tornar o RN também impopular.

As eleições europeias consolidaram a sexta vitória consecutiva do bloco de centro-direita, o Partido Popular Europeu, mas com um desvio acentuado para a direita. Espera-se que este novo Parlamento adote posições mais duras contra a imigração e contra iniciativas que combatam as mudanças climáticas, já que o bloco verde também sofreu grandes derrotas.

“O centro está se segurando. Mas o mundo ao nosso redor está em crise. Forças externas e internas tentam desestabilizar nossas sociedades e enfraquecem a Europa. Nunca deixaremos isso acontecer”, afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que aspira a um novo mandato como chefe do Executivo do bloco.

Outra mulher emergiu das urnas europeias como uma das figuras mais poderosas do continente: a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni. Cortejada tanto por von der Leyen quanto por Le Pen, que disputam seu apoio, a líder dos Irmãos da Itália se fortaleceu e pode se tornar a porta-voz da direita radical na UE, pressionando e empurrando seus homólogos europeus mais para a direita.

A presidente da Comissão Europeia foi criticada por fazer concessões à premiê italiana visando à reeleição, enquanto Le Pen almeja, com a adesão de Meloni, uma grande coligação dos grupos de extrema direita no Parlamento Europeu: o Identidade e Democracia e os Conservadores e Reformistas Europeus.

Estas eleições confirmaram a remoção de mais obstáculos políticos internos contra os extremistas. Na Alemanha, a AfD se consolidou como a segunda força política, à frente dos social-democratas do premiê Olaf Scholz, que ficou humilhado com o terceiro lugar.

Após a amarga experiência britânica do Brexit, a realidade europeia demonstrou que eurocéticos e eurofóbicos se sentem mais confortáveis em impor sua agenda dentro do bloco europeu do que fora dele.


Fonte: G1

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