MP-PI discute afetividade conjugal com homens que respondem judicialmente por violência doméstica

“Reeducar: O homem no enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher”.


Palestra

Palestra Foto: R2

Em meio a realidade dos 10 mil processos de violência contra a mulher em tramitação no Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Teresina, 15 homens que respondem judicialmente por este tipo de crime participam do projeto “Reeducar: O homem no enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher”.

Desenvolvido pelo Ministério Público do Piauí (MPPI), por meio da 10ª Promotoria de Justiça – integrante do Núcleo de Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (NUPEVID), o projeto aborda, durante nove meses, temáticas de cunho reflexivo, que visam desconstruir estereótipos da cultura machista, a exemplo da abordagem desta terça-feira (28), com o tema: “Afetividade conjugal: sexualidade (identificação da violência sexual), comunicação, individualidade e resolução de problemas".

Foram explorados pela equipe de psicólogas do Núcleo de Acompanhamento do Preso Provisório (NAPP) assuntos que permeiam o cotidiano de uma relação conjugal, levantando a importância do diálogo, da compreensão e respeito como formas de preservar a boa convivência no matrimônio e um relacionamento livre de abusos e violência.

“A gente sabe que a afetividade conjugal é uma base, principalmente para a relação de um casal, então às vezes o desconhecimento em alguns pontos causa desconfortos e conflitos. Trabalhando este tema aqui, eles abrem a mente para refletir as ações, a relação com a ex, com a atual ou com a futura cônjuge, especialmente no que diz respeito à violência doméstica”, pontua a psicóloga Paula Carolina.

Segundo a promotora de Justiça Amparo Paz, coordenadora do projeto, o tema é de grande relevância para a proposta do Reeducar na prevenção de novos casos de violência. “Tudo o que nós trabalhamos aqui no Reeducar tem, antes de tudo, um sentido preventivo. O nosso objetivo é fazer com que estes homens reflitam sobre as próprias ações, sobre a nossa sociedade em meio ao machismo e a violência, e se percebam enquanto agentes transformadores dessa realidade. O mais importante é que eles se vejam dessa forma e, dentro de um relacionamento conjugal, abandonem as atitudes de violência que os trouxeram até aqui, e absorvam um novo significado de masculinidade, paternidade e papel social”, explica.

Francisco, de 33 anos, participante do Reeducar, conta que já nota diferenças entre o relacionamento anterior, em que esteve envolvido em situação de violência, e o atual. “O que eu aprendo aqui eu levo para casa. Que na hora de uma desavença a gente deve tentar apaziguar a situação, entrar em acordo e dialogar. Coisas negativas que aconteciam no relacionamento anterior eu estou tentando fazer com que não aconteçam nesse de agora. E, por isso, acho que está   dando certo e vai continuar assim”, frisa.

Fonte: R2

Siga nas redes sociais
Mais conteúdo sobre:
Próxima notícia

Dê sua opinião: