Polícia

Mortes podem ser evitadas se agressor for denunciado

Salve Maria e botão do pânico são ferramentas para essas denúncias

Sexta - 18/05/2018 às 16:05



Foto: Montagem Todas essas mulheres foram assassinadas pelos namorados
Todas essas mulheres foram assassinadas pelos namorados

A diretora de Gestão Interna da Secretaria de Estado da Segurança Pública, Eugênia Vilela, apela para que as mulheres denunciem seus agressores, que a família de mulheres agredidas denunciem e que os vizinhos também o façam. O sigilo dessas denúncias é garantido. A delegada lamentou que mesmo em casa, no carro, onde as mulheres deveriam se sentir seguranças, não são mais locais seguros. E mulheres continuam sendo mortas.

“O que leva um homem a matar uma mulher? É a cultura machista. É a nossa forma de criação em que não nos é dado tranquilidade nem em casa e nem no público. O nosso processo de socialização, das meninas e das mulheres, diz o seguinte nossos pais: ‘fiquem em casa porque na rua você pode ser estuprada’. Então, não nos é dado o espaço público. Nós aprendemos a ter medo do espaço público. Dizem ‘em casa você está seguro’, você acha que está protegida, mas está morrendo dentro de casa. As meninas estão sendo estupradas dentro de casa. Então, qual é o nosso espaço? Nós estamos desterritorializadas, nós não temos paz nem em casa e nem no espaço público. Qual é o nosso lugar? Nós precisamos mudar essa formatação da educação. Essa forma como nós somos educadas. É basicamente educação”, acredita a delegada, entrevistada na manhã desta sexta-feira pela TV Cidade Verde.

A delegada destacou o Aplicativo Salve Maria e o botão do pânico, que o mesmo disponibiliza para que a mulher ameaçada ou agredida possa denunciar o agressor e  salvar sua vida.  “O aplicativo Salve Maria surgiu, exatamente, porque muitas mulheres assassinadas, mais de 80%, nunca tinham ido para uma delegacia. É apelar mesmo para a sociedade, nós não temos como saber se uma mulher está em risco dentro de casa. Vocês estão vendo que os assassinatos estão, predominantemente, ocorrendo dentro de casa, dentro de um carro; em um ambiente que o agressor se sente seguro, está isolado, se sente seguro para aplicar os golpes e longe das vistas da polícia. Três mulheres foram assassinadas em Teresina dentro do carro: A Iarla, a Camilla e a Aretha. No caso da Gisleide, foi dentro de casa, na cama. Então, como é que a polícia vai ter ciência desse risco?”, questionou.

Eugênia Vilela lembrou que muitas mortes podem ser evitadas se as pessoas denunciassem as agressões. Como aconteceu com Aretha Dantas, os vizinhos só revelaram que a cabeleireira era agredida depois que ela tinha sido morta pelo namorado.;

“Quando a gente passa a investigar, depois que ela é assassinada, os vizinhos sinalizam: ‘olha, nós ouvíamos rumores, ruídos’. Então porque o vizinho/vizinha não denunciou para a polícia?”, indagou.

Fonte: TV Cdidade Verde

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: