Brasil

Mortes de motociclistas aumentaram 280% em dez anos

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Quarta - 27/05/2015 às 17:05



Foto: portalsanjoanense Moto queimada em São Francisco de Assis-PI
Moto queimada em São Francisco de Assis-PI
 As mortes de motociclistas no trânsito brasileiro tiveram um salto de 280% entre 2003 e 2013. É o que mostra balanço divulgado pelo Ministério da Saúde. O aumento foi de 4.292 para 12.040 óbitos, respectivamente. O crescimento da frota está fortemente ligado às estatísticas. O número de motocicletas aumentou 247,1% no período.

A violência no trânsito tem se aproximado de uma epidemia. Todos os anos, 45 mil pessoas perdem a vida em acidentes. E os motociclistas representam 28% destas vítimas. As internações de condutores sobre duas rodas aumentaram 115% nos dez anos analisados e os gastos pelo Sistema Único de Saúde, 170,8%.

No total, as internações por acidentes de trânsito tiveram alta de 72,4%. Em 2013, o SUS registrou 170.805 internações por acidentes de trânsito e R$ 231 milhões foram gastos no atendimento às vitimas. Desse total, 88.682 foram decorrentes de motos, o que gerou um custo ao SUS de R$ 114 milhões – crescimento de 170,8% em relação a 2008. Esse valor não inclui custos com reabilitação, medicação e o impacto em outras áreas da saúde.

Perfil das vítimas
O Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes, que traça o perfil das vítimas de acidentes atendidas no SUS em capitais brasileiras, calcula que 78,76% das vítimas de acidentes envolvendo motociclistas são homens, entre 20 e 39 anos. Cerca de 20% destes pacientes assumiram ter bebido antes do acidente e 19,7% estavam sem capacete.

“Os acidentes pegam uma faixa etária delicada da população. Para um país que está envelhecendo, essas pessoas impactam muito, já que estão em sua idade produtiva. Esses acidentes interferem no sistema de saúde, na previdência, no trabalho e, principalmente, na vida pessoal do indivíduo”, afirma o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

Vida no Trânsito
O Projeto Vida no Trânsito, lançado há cinco anos com a meta e reduzir as vítimas de acidentes, promove campanhas educativas e a qualificação dos sistemas de informação sobre acidentes, feridos e vítimas fatais. Com o banco de dados atualizado, os gestores de saúde podem identificar os fatores de risco e as vítimas mais vulneráveis nos respectivos municípios, assim como os locais onde o risco de acidente é maior. Desde a implantação do projeto, já foram liberados cerca de R$ 41,3 milhões para as atividades. Em 2012, o Ministério autorizou o repasse de R$ 12,8 milhões e, em 2013, foram repassados R$ 13,5 milhões para as capitais dos 26 estados e o Distrito Federal.

“Não dá mais para não agir na dimensão preventiva dos acidentes com motos. É preciso propor novas medidas e elevar essa discussão a um problema de saúde pública. Algumas propostas em estudo são a obrigatoriedade de apresentação da habilitação no momento da compra da moto, por exemplo, e a possibilidade de financiamento do capacete como um EPI [Equipamento de Proteção Individual], possibilitando a venda do item de segurança junto do veículo”, concluiu Chioro.

Fonte: radar nacional

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