Arte e Cultura

Morre artista plástico Afrânio Castelo Branco

Personalidades lamentam a morte do artista, com carreira de renome nacional nas artes plásticas

Segunda - 26/06/2017 às 17:06



Foto: Facebook/Cineas Santos Artista plástico Afrânio Castelo Branco
Artista plástico Afrânio Castelo Branco

Morreu nesta segunda-feira (26) o artista plástico Afrânio Pessoa Castelo Branco, reconhecido nacionalmente por sua obra nas artes plásticas. O artista tinha 86 anos e morreu de insuficiência renal. O velório acontece na Avenida Odilon Araújo, 2001, Bairro Cristo Rei / Piçarra.

Com obras reconhecidas nacionalmente, é possível encontrar pinturas do artista no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, no Museu de Arte Moderna da Bahia e no Museu do Piauí. Expôs seus trabalhos em várias capitais brasileiras ao longo de décadas.

Dentre as personalidades que lamentaram o falecimento do artista, está o escritor Cinéas Santos. Ele diz que a morte de Afrânio nos deixa "mais pobres". Ele faz um relato, ainda, sobre a obra do artista:

SAI DE CENA O PINTOR QUE COLORIA A VIDA
Mais que um simples pintor, Afrânio Castelo Branco era um dos ícones da cultura piauiense. Com sua linguagem personalíssima, projetou as artes plásticas piauienses no cenário nacional. Sua ausência nos deixa mais tristes e muito mais pobres.
Quando a realização da exposição comemorativa dos seus 80 anos,escrevi:
AS FORMAS E AS CORES EM PESSOA
Na história das artes plásticas piauienses, 17 e março de 2011 será lembrado por acontecimento muito especial: abertura da primeira exposição realizada pelo pintor Afrânio Pessoa em Teresina. Desde o início da década de 60, Afrânio Pessoa Castelo Branco vem-se firmando como uma das figuras mais representativas das artes plásticas brasileiras. Em 1960, participou do Salão Nacional de Belas Artes e foi premiado. Ao longo de sua trajetória, expôs em várias capitais brasileiras – Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador Fortaleza – no exterior. Suas obras estão presentes nos acervos da Bienal de São Paulo, no Museu Nacional de Belas Artes ( Rio de Janeiro), no Museu de Arte Moderna da Bahia e, naturalmente, no Museu do Piauí.
Sobre a pintura multifacetada de Afrânio, muitos críticos já se manifestaram: 
A pintura de Afrânio nos prende pela fecunda imaginação que reflete: cada quadro tem sua fabulação resolvida perfeitamente, quer em termos de cor ou de composição, quer na motivação dos personagens que dão vida ao fato retratado. - Harry Lans (1966).
Uma pintura densa, espessa e atormentada, onde se impõe uma poética pessoal, individualista, voltada para dentro. Obra que contrasta violentamente com o gênero ligeirinho-decorativo-tropicalizante que costuma passar por pintura em boa parte do território nacional. Uma obra nada fácil, feita por um artista maduro, vivendo sua solidão Equador-abaixo. - Maciel Babinski (1998).
Afrânio pinta imagens oníricas, algumas de sonho, outras de pesadelos, todas, porém, ricas de poesia porque não intencionalmente folclóricas, mas cheias de cores e poesia, porque são vividas interiormente. Vera Pacheco Jordão (1972).
Pintor de alta qualidade, nome nacionalmente conhecido, festejado pela crítica especializada, Afrânio Castelo Branco possui, a meu ver, outro motivo para aplauso e louvação:refiro-me ao fato de ter permanecido em sua terra natal, na cidade de Teresina, e ali realizado sua obra admirável, dando assim ao Piauí marcante presença no panorama da plástica brasileira. Jorge Amado (1974). 
Um observador atento, ao contemplar uma tela de Afrânio Pessoa, entenderá perfeitamente a afirmação de Buffon: “O estilo é o próprio homem”. Para Afrânio, a arte de pintar nunca está dissociada do ato de viver. Vida e obra se fundem com tal intensidade como se uma não pudesse existir sem a outra. Alheio às badalações do meio artístico, sem fazer concessões às exigências do mercado, Afrânio Pessoa constrói um obra instigante sob todos os aspectos, rica e multifacetada e, principalmente, verdadeira, porque calcada nas experiências vividas.
Uma série de fatores contribuiu para que a exposição se realizasse na capital do Piauí. Afrânio está completando 80 anos de idade e, num gesto de generosidade, resolveu presentear sua cidade com uma exposição de altíssimo nível. Acrescente-se a isso o empenho dos professores: Fernando Dib Tjara (curador), Cineas Santos (organizador) e Aldenora Mesquita (madrinha). A Galeria Azurra, por seu turno, propiciou os meios para que tudo se realizasse conforme o planejado. O resultado não poderia ter sido diferente. Um fato para não ser esquecido.

Obra do artista plástico Afrânio Castelo Branco

O senador Elmano Ferrer também lamentou a morte do artista. Ele reconhece Afrânio como um grande nome das artes plásticas e ressalta a importância do legado que deixa no cenário nacional das artes. 

NOTA DE PESAR

Lamento profundamente o falecimento do grande artista plástico piauiense Afrânio Pessoa Castelo Branco. Reconhecido nacionalmente, Afrânio é uma referência nas artes plásticas, levando o nome do nosso estado em exposições internacionais. Suas telas, como desta imagem, ficam como seu importante legado. Meus sentimentos à família e amigos.

Obra do artista plástico Afrânio Castelo Branco

Fonte: Da Redação

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: