Educação

Mineiros do Chile vivem como se estivessem no espaço, diz astronauta b

Piauí Hoje

Sexta - 27/08/2010 às 04:08



O astronauta Marcos Pontes, o primeiro brasileiro a ir ao espaço, afirmou que os 33 mineiros que completam hoje 21 dias presos na mina San José, em Copiapó, norte do Chile, devem enfrentar "o medo e a ansiedade" para resistirem ao confinamento.- O medo e a ansiedade serão companheiros durante todo o período. A unidade da equipe pode ajudar bastante.Segundo ele, a situação dos mineiros "de certa forma, é semelhante à vida dos astronautas", que costumam permanecer longos períodos em estações espaciais. A Nasa (agência espacial americana), inclusive, foi chamada para ajudar no resgate.Pontes diz que "as limitações do corpo e da mente são as mesmas" de quando se está no espaço, confinado numa nave.Em relação à saúde física, o astronauta ressalta a importância de uma rotina de tarefas.- A alimentação deve ser leve e os efeitos monitorados. A atenção com a higiene na alimentação e na eliminação de urina e fezes também, além da movimentação física, que deve ser leve e periódica.Calma é essencialO astronauta diz que os mineiros "precisam de apoio externo constante" por parte de psicólogos.- É necessário ter calma, controle emocional. As emoções surgirão naturalmente e não devemos resistir, mas sim aceitá-las (...). Devemos estar preparados para nos conhecer, conhecer nossos companheiros.Também o doutor Luiz Vicente Figueira de Mello, supervisor do Programa de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (USP), reitera a necessidade de "apoio psicológico constante" e afirma que "o contato [dos mineiros] com o mundo é vital para que eles se mantenham relativamente bem".- Esse acompanhamento é essencial para a saúde mental. O apoio familiar, saber que a família está lá, principalmente os mais próximos, porque em situações de estresse o acompanhamento familiar é muito importante.Psiquiatra diz que mineiros precisam de tranquilizantesSegundo o psiquiatra, os trabalhadores já "passaram pela situação de isolamento, que é muito pior". As equipes levaram 17 dias para fazer contato com os operários. O resgate, no entanto, pode demorar até quatro meses.Para o especialista, seria mais indicado que os homens não fossem informados sobre o período que passarão dentro da mina. A notícia "aumenta o estresse novamente", justifica.Questionado sobre a possibilidade de os homens sofrerem algum problema de saúde mental em decorrência desse isolamento, Mello afirma que "o ideal seria dar tranquilizantes a todos eles para se evitar o aumento do estresse, já que no momento eles estão sob o trauma, sofrendo o que chamamos de estresse agudo".- No decorrer desse trauma podem vir a aparecer doenças nas pessoas que já têm tendências a desencadear um pânico.

Fonte: Agências

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