Política

Michel Temer vê Marcelo Castro como ameaça

Marcelo Castro pode detonar os planos dos algozes do governo Dilma Rousseff

Quarta - 13/07/2016 às 13:07



Quando aliados do presidente interino Michel Temer e a "grande mídia" admitem que a candidatura a presidente da Câmara do deputado federal piauiense Marcelo Castro pode detonar os planos dos algozes do governo Dilma Rousseff, é porque foi muito o "barro" jogado no ventilador do Palácio do Planalto. 

Marcelo foi de uma fidelidade de Jó a presidente Dilma, com quem permaneceu até o último instante, contrariando inclusive a recomendação do PMDB de abandonar o barco governista, detonado pelo processo de impeachment na Câmara. Agora, o ex-ministro da Saúde de Dilma se tornou a principal ameaça para as pretensões de Temer, Cunha e outros “golpistas”, como são chamados os governistas interinos pela militância do PT.

Utilizando todo um arsenal de artifícios, a tropa de choque de Michel Temer e Eduardo Cunha pretendia salvar o pescoço do presidente afastado da Câmara e ver cassado - agora na primeira semana de agosto - o mandato da presidente eleita no voto por mais de 54 milhões de brasileiros.

Depois de bater Carlos Marun e Osmar Serraglio (presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara) e ser o PMDB na disputa contra outros 13 candidatos, Marcelo Castro tem até ás 16h de hoje para buscar o apoio de deputados do próprio PMDB e de outros partidos, se quiser vencer a disputa.

Está em jogo não apenas seis meses de mando, mas o cargo mais estratégico para os desdobramentos dessa trama política, que tem como próximo capítulo a votação da cassação da presidente afastada, mas principalmente para outras articulações de bastidores, manobras que deverão vir à tona após a conclusão desses dois processos, inclusive a Operação Abafa, articulada por senadores, deputados, assessores, lobistas, empreiteiros e outros corruptos denunciados e/ou implicados nas investigações da Lava Jato.

Os telejornais de ontem (12) já adiantavam que a base de apoio da presidente Dilma Rousseff [mais viva do que muitos apostavam!] tem em Marcelo Castro o único candidato “anticunha”, capaz de minar o poder de Temer, pelo menos nos próximos seis meses, enquanto durar o mandato “tampão” do novo presidente da Câmara.

Além do PT, PDT e PCdoB definem hoje apoiar Marcelo Castro, mesmos em fechar questão sobre um apoio formal ao candidato do PMDB. São 87 votos, que podem ser somados aos 28 votos obtidos na disputa contra Serraglio e Marun. 

A mídia anunciou que Temer começou ontem mesmo a trabalhar para sufocar a reação Dilmista na Câmara, representada por Marcelo Castro, [médico psiquiatra, digamos, nas “horas vagas”], definido pelos jornalistas que cobrem as atividades no Congresso como um político de opinião, fiel, imprevisível e incontrolável.

Fonte: Paulo Pincel

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