Metrô barra publicidade de livro sobre black blocs e editora reclama

Black Bloc publicidade livro barrado


 O Metrô de São Paulo se negou a veicular anúncios do novo livro da Geração Editorial, Mascarados - A Verdadeira História dos Adeptos da Tática Black Bloc. A publicação seria divulgada nos trens das linhas 2 (verde) e 3 (vermelha), durante 20 dias, a partir de hoje 28 .

Em matéria publicada pelo site do jornal O Globo nesta terça-feira, 25, o veto foi justificado levando em conta o regulamento vigente para a veiculação de publicidade em que fica prevista a proibição de peças que “atentem contra a moral e os bons costumes, possuam temas de cunho religioso ou político partidário, que possam prejudicar o desenvolvimento operacional do sistema metroviário ou a imagem da Companhia do Metrô e ou que possam suscitar comportamentos inadequados”.

Em nota disponível nas redes sociais e em seu site oficial, a editora acusa o Metrô de censura e declara que a obra explora “uma realidade bem mais complexa dos adeptos da tática Black Bloc”. De acordo com a responsável pela publicação do livro, o anúncio foi vetado sem motivos plausíveis.

Entre os autores de Mascarados, a cientista social e professora da Universidade Federal de São Paulo, Esther Solano, comenta que a proposta do livro é trazer o debate, o conhecimento e a pesquisa, que servirá para combater a intolerância. “Essa atitude do Metrô é justamente o que eu queria criticar escrevendo o livro, por que julgar, censurar, sem conhecer? Por que sempre cair em preconceitos?”, disse, conforme divulgou a Geração Editorial.

“O livro em nenhum momento é uma apologia à tática Black Bloc e sim uma grande reportagem mostrando quem são e o que pensam esses jovens. Enfim, é uma vergonha o que aconteceu já que julgaram o livro pela capa. Isso é de uma ignorância sem tamanho”, declara o jornalista Willian Novaes, que também participou da composição da obra.

Dividido em três partes, o livro apresenta, em primeiro lugar, resultados da pesquisa que Esther fez sobre black blocs durante os protestos que ocorreram em São Paulo em junho e julho do ano passado. Os outros dois capítulos ficam por conta de Novais e Bruno Paes Manso (criador do site Ponte e colunista do Estadão). Neles, são descritos fatos presenciados durante o mesmo período, além de entrevistas com representantes do movimento e policiais que trabalharam durante as manifestações.

Fonte: comunique-se

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