Política

Mello critica métodos utilizados na Lava Jato

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, participou ontem (04) do programa Roda

Terça - 05/04/2016 às 13:04



Foto: Reprodução/STF Ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello
Ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, participou ontem (04) do programa Roda Morta, da TV Cultura.

Na entrevista, Mello criticou métodos utilizados na Operação Lava Jato, em especial pelo vazamento dos grampos e pelo uso da delação premiada.

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Para Marco Aurélio, as divulgações dos grampos envolvendo o ex-presidente Lula e a presidente Dilma, por exemplo, são "condenáveis a todos os títulos". "Temos lei que impõe sigilo. Para divulgação de um magistrado, há pena prevista no campo administrativo", afirmou. "Agora, o conteúdo também é algo superdesagradável, para dizer o mínimo".

Ele também criticou os vazamentos da operação, aos quais chamou de "infração administrativa", como o da delação do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS).

"Ela deveria ter sido guardada, envelopada, para ter a publicidade apenas após o recebimento da denúncia", afirmou. "Mas vivemos tempos muito estranhos".

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Sobre o uso da delação premiada, o ministro do STF disse estranhar o número de acordos fechados até aqui. "A delação premiada deveria ser espontânea, um suspeito não deveria ser mantido no xilindró até fazer a delação", disse.

"Marcelo Odebrecht ia completar um ano preso provisoriamente; ele tem essa periculosidade tão grande, de colocar em risco a ordem pública? Alguma coisa errada está havendo."

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O ministro do STF ainda criticou a postura do PMDB e do vice-presidente, Michel Temer. Para Mello, a nomeação de Lula não está ligada à investigação.

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"Não deveria ser assim (alianças com PP e PR), mas é a realidade política brasileira: o Executivo busca uma base porque foi abandonado pelo PMDB, apesar de o PMDB ter a Vice-Presidência".

Sobre o julgamento da chapa de Dilma e Temer no TSE, ele disse acreditar que a corte vai "se pronunciar de acordo com os elementos de prova". E, ainda, em relação à nomeação do ex-presidente Lula como ministro-chefe da Casa Civil da presidente, afirmou que não pode "presumir o excepcional, de que ele tenha buscado isso apenas como escudo para não ficar sob o juiz Sergio Moro".

"O objetivo maior, penso, não foi esse", opinou.

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Fonte: Paulo Henrique Amorim

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