Educação

Mechas de Alegria realiza campanha de doação de cabelos

A estudante Andreza Costa fala da sua experiência como doadora. "Senti-me extremamente grata pelo que fiz e por ter ajudado quem precisa

Quinta - 25/04/2019 às 17:04



Foto: Ascom Projeto mechas da Alegria
Projeto mechas da Alegria

Sentar-se em frente ao espelho e passar horas penteando o cabelo parece ser uma atividade simples e sem valor algum, mas para quem recebeu o diagnóstico de câncer é um recomeço. O impacto psicológico do diagnóstico é agressivo para a mulher, porém, o desejo de viver e de superar as adversidades é a esperança de um novo sonho.

Um aspecto que causa bastante aflição nas mulheres diagnosticadas com a doença é a queda dos cabelos, um dos efeitos colaterais da quimioterapia. A alopecia (perda de cabelo) é uma questão muito forte que está relacionada com imagem e com a perda da identidade da mulher.

A fim de trazer essa questão para a comunidade, o projeto "Mechas de alegria: uma ação social na atenção oncológica", desenvolvido por alunos do curso de Medicina e coordenado pela Profa. Dra. Franciele Basso Fernandes da Silva do Campus Ministro Reis Velloso da Universidade Federal do Piauí em Parnaíba, traz, por meio de ações sociais, a importância da doação de mechas para a vida dos pacientes em tratamento de quimioterapia.

O projeto existe desde fevereiro de 2018 e é voltado para pacientes que estão em tratamento de quimioterapia da UNACON de Parnaíba. As mechas são coletadas em campanhas e podem ser entregues na UFPI em Paranaíba ou na Rede Feminina Parnaibana de Combate ao Câncer, que fica na Clínica João Silva Filho, Parnaíba (PI). Lá, elas serão responsáveis por coletar as mechas e enviar para o local encarregado pela confecção das perucas.

Como a Rede Feminina é uma entidade filantrópica nacional, as doações podem acabar beneficiando outros pacientes além daqueles que fazem tratamento na cidade. Então, a orientação dada pelos bolsistas do projeto é entrar em contato pelo Instagram "Mechas de Alegria" ou ir diretamente à Rede Feminina para poder realizar a doação.

Além disso, os alunos tentam passar para a comunidade que dez centímetros de cabelo não é muita coisa para quem doa, mas faz uma diferença gigante na vida de quem recebe a peruca. Os bolsistas afirmam que, muitas vezes, as pessoas têm medo de cortar o cabelo ou não sabe como fazer a doação. "Então, nós explicamos que as doações podem ser feitas a partir de dez centímetros e que são aceitos qualquer tipo de cabelo, até mesmo aqueles com química. Essas pequenas informações aumentam bastante o público de doadores", asseguram.

A estudante de medicina Lorena Ramos lamenta o fato do câncer ainda ser uma doença que as pessoas evitam falar e ressalta a importância do debate sobre a enfermidade. "As pessoas que estão enfrentando esse tratamento precisam de apoio, precisamos falar sobre o câncer, pois se diagnosticado precocemente há uma grande possibilidade de cura", afirma. "A imagem de como a pessoa se vê e como ela acaba expondo a doença à sociedade deixa o paciente em uma situação desconfortável. Então, trazer essa questão para a comunidade é importante para causar uma sensibilização sobre o assunto", destaca a estudante.

Além deste trabalho com a comunidade, o projeto também discute o assunto entre os universitários. Existe uma parceria do projeto com a Liga Acadêmica de Oncologia do Delta do Parnaíba (LIONCO), onde são organizados clubes de revistas para debater sobre diversos assuntos relacionados ao câncer, incluindo a questão da alopecia e o uso de perucas no tratamento do câncer.

Força na peruca

O projeto beneficia tanto os estudantes como a comunidade, pois, durante sua realização, os alunos tem contato direto com os pacientes e, assim, aprendem como abordar assuntos difíceis. Lorena Ramos declara que as conversas são importantes para que se possa conhecer melhor o outro, as necessidades, desejos e expectativas. "Isso é importante para nossa formação como pessoas e como profissionais para que no futuro a gente consiga entender melhor os sentimentos dos pacientes e considerar isso nos tratamentos, fazendo o melhor possível", reafirma.

A estudante Andreza Costa fala da sua experiência como doadora. "Senti-me extremamente grata pelo que fiz e por ter ajudado quem precisa. Foi uma experiência única e com um valor muito grande para mim", confirma.

"Mechas de alegria: uma ação social na atenção oncológica" é um projeto de extensão vinculado a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PREXC), que atua no desenvolvimento social, acadêmico e na construção transformadora entre universidade e sociedade.

Fonte: Mobiliza Prexc/UFPI

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