Saúde

Maternidade Evangelina Rosa passa a coletar células-tronco

O procedimento é uma parceria da Evangelina Rosa com o Lar de Maria.

Sexta - 01/09/2017 às 15:09



Foto: Elis Pegado Maternidade Dona Evangelina Rosa
Maternidade Dona Evangelina Rosa

A Maternidade Dona Evangelina Rosa adotou mais um serviço inovador. Trata-se da coleta de células-tronco do cordão umbilical da placenta. O serviço, pioneiro em maternidades públicas do estado, tem como objetivo coletar células-tronco para possível cura de doenças na família por meio de transplante de medula óssea.

O médico obstetra Pedro Carneiro e a enfermeira obstetra Francisca Lima lideraram a equipe que realizou a coleta em uma paciente no momento do parto do segundo filho, no domingo (27). A parturiente pretende realizar o transplante no primeiro filho, de quatro anos, que tem leucemia. De acordo com informações de Francisca Lima, o material coletado foi armazenado em bolsas especiais e colocado em uma câmara fria até ser entregue ao destino final, o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Estado do Ceará (Hemoce).

O Banco de Sangue Umbilical e Placentário do Ceará é o único em toda a região nordeste que possui amostras preservadas. “A MDER está, a partir de agora, aberta a todos os casos de pacientes que necessitarem realizar esse procedimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS)", anunciou o obstetra Pedro Carneiro.

Para o diretor-geral da maternidade, Francisco Macêdo, essa é mais uma iniciativa pioneira da Evangelina Rosa que possui um quadro de profissionais de alta complexidade que contribui enormemente para manter a MDER com o trabalho de excelência. “Com essa nova realidade, pretendemos trazer mais esperança para portadores de doenças que precisarem de transplante de medula óssea", frisou Macêdo.

A célula-tronco extraída do sangue do cordão umbilical tem capacidade aceitável de 60%, em média. Já, a possibilidade de encontrar o doador compatível em um banco de cordão público varia entre um para 10 mil doadores e um para 40 mil. No caso de pessoas da mesma família, a possibilidade aumenta para uma proporção menor, de quatro para um, se doador e receptor forem irmãos e filhos de mesmos pais.

De acordo com a enfermeira Aline Lima, o procedimento é uma parceria da Evangelina Rosa com o Lar de Maria e visa beneficiar os pacientes acolhidos pela Organização Não Governamental (ONG) e que as mães estejam gestantes. Com isso, haverá maior compatibilidade. “A maternidade possui hoje uma equipe treinada para realizar esse procedimento”, informou Aline.

Rede

Segundo informações da Rede Brasilcord, do Ministério da Saúde, a doação do cordão umbilical do recém-nascido para um banco público é voluntária e autorizada pela mãe do bebê. As unidades armazenadas ficam disponíveis para quem precise de transplante de medula óssea, indicação para pacientes com leucemia e outras doenças do sangue. Quanto mais cordões armazenados, maior a quantidade de pessoas que podem ser beneficiadas.

Com a Rede BrasilCord, as chances de transplante para pacientes que não possuem um doador aparentado aumentam consideravelmente, bem como o número de transplantes a serem realizados, salvando mais vidas. A expansão da rede prevê unidades em todas as regiões do país, para contemplar a diversidade genética da população no Brasil.

De acordo com levantamento realizado com base nas informações do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), a chance de um brasileiro localizar doador em território nacional é 30 vezes maior em relação à possibilidade de encontrá-lo no exterior, por conta das características genéticas. Além disso, o doador ideal (irmão compatível) só está disponível em cerca de 30% das famílias brasileiras - para 70% dos pacientes é necessário identificar um doador alternativo a partir dos registros de doadores voluntários e bancos públicos de sangue de cordão umbilical.

Critérios para doação do sangue do cordão umbilical e da placenta

Para doar o sangue do cordão é preciso:

- Ter mais de 18 anos;

- Ter feito, no mínimo, duas consultas de pré-natal;

- Estar com idade gestacional acima de 35 semanas;

- Não ter sido acometida de infecção na gestação;

- Não estar com o tempo de rompimento da bolsa maior que 18 horas;

- Assinar o Termo de Compromisso autorizando a doação do sangue do cordão umbilical do recém-nascido;

- Não ter sido infectada pelo vírus da chikungunya, zika e dengue durante a gestação.

Fonte: CCOM

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