Política

Lula vai ajudar Dilma a recompor base governista

Para recompor a base aliada do governo e tentar barrar o processo de impeachment da presidente Dilm

Quarta - 30/03/2016 às 13:03



Foto: Divulgação Michel Temer
Michel Temer
Para recompor a base aliada do governo e tentar barrar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff ainda na Câmara dos Deputados, o Planalto acena com cargos e verbas orçamentárias para os aliados que permanecerem na base.

Os governistas pretendem usar os cargos que serão deixados pelos peemedebistas para barganhar com os partidos do chamado “centrão”, como PSD, PR e PP. Nem mesmo nomes do PMDB devem ser esquecidos nas negociações individuais que o Planalto fará para manter Dilma Rousseff no cargo. Na Câmara, o bloco do “centrão” tem 129 votos, contra 69 do PMDB.

Ao todo, o PMDB tem no governo mais de 700 cargos, além de sete ministérios, incluindo pastas cobiçadas como a da Saúde e dos Transportes. Segundo os líderes do partido, os peemedebistas têm até o dia 12 de abril para deixarem seus cargos no governo. E são estas lacunas que o Planalto pretende preencher com partidos, até então, pouco favorecidos na Esplanada dos Ministérios.

Nos bastidores, o PP sonha com o ministério da Saúde. Já o PR, além do ministério dos Transportes, que comanda atualmente, quer agregar a pasta de Portos. O PSD já manifestou que tem interesse no ministério dos Esportes.

O principal homem do PT no corpo a corpo com os parlamentares é o ex-presidente Lula, tendo ele status de ministro de Estado ou não. A prioridade de Lula serão as bancadas do Norte e do Nordeste, regiões onde sempre teve sólidas bases eleitorais.

O PMDB, principalmente no Senado, comemorou o fato de o desembarque do PMDB ter se concretizado sem maiores conflitos. Renan Calheiros (AL), presidente do Senado, se posiciona contra o impeachment e diz que ainda pretende conversar sobre a entrega dos cargos.

Dos seis ministros do PMDB que seguem no governo, metade pretende permanecer no comando de suas pastas. Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) é deputado pelo PMDB-RJ e já anunciou publicamente que não sairá do governo, tampouco deixará o partido. Kátia Abreu (Agricultura) e Marcelo Castro (Saúde) informaram que também pretendem seguir no governo. Os outros três, Eduardo Braga (Minas e Energia), Mauro Lopes (Aviação Civil) e Helder Barbalho (Portos) devem sair, mas pediram um prazo mais longo.

As mudanças ministeriais devem começar a entrar em vigor nesta sexta-feira (1º), segundo o chefe de Gabinete da Presidência, Jacques Wagner. Com essa reorganização do ministério, a presidente espera reunir pelo menos 172 votos, que é o número necessário para barrar o processo de impeachment em tramitação na Câmara.

Verbas

Para apressar a liberação de verbas orçamentárias, incluindo projetos de interesse de deputados e senadores, o governo editou nesta terça (29) uma edição extra do Diário Oficial da União. A portaria do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, ampliou os limites de desembolso mensal para oito ministérios e para operações de empréstimo. Segundo a publicação, os gastos dos ministérios da Educação, Defesa, Transportes, Ciência e Tecnologia, Agricultura, Desenvolvimento Agrário, Planejamento e Advocacia-Geral da União poderão ser ampliados em R$ 1,8 bilhão.

Pelo texto, a ampliação de limites de pagamento inclui as emendas de bancadas estaduais. A liberação deste tipo de verba é um instrumento tradicional de negociação entre o Planalto e o Legislativo.

Fonte: Congresso em foco

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