Política

Lula reclama de \"excesso\" durante depoimento

O ex-presidente Luiz Inácio da Lula depôs hoje (4) por cerca de três horas no escritório da Polícia

Sexta - 04/03/2016 às 16:03



Foto: G1 Policia Federais cumpre mandatos de prisão, condução coercitiva e apreensão
Policia Federais cumpre mandatos de prisão, condução coercitiva e apreensão
O ex-presidente Luiz Inácio da Lula depôs hoje (4) por cerca de três horas no escritório da Polícia Federal no Aeroporto de Congonhas, zona sul paulistana. Segundo o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), as declarações foram prestadas para dois procuradores na presença de três advogados, entre eles Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins.

De acordo com o deputado, foram abordados diversos assuntos, como as palestras que o ex-presidente concedeu após deixar o Palácio do Planalto e a ligação com um sítio em Atibaia, interior paulista. Também foram alvo de questionamentos, segundo Teixeira, a relação de Lula com o apartamento tríplex no Guarujá, no litoral de São Paulo, e os bens que Lula recebeu nos dois mandatos na presidência do país, que devem ser mantidos por ele como acervo histórico. “[O depoimento] foi tranquilo em relação ao fato de que ele não deve nada, não tem nenhum problema de ordem jurídica”, destacou o parlamentar.

Lula, no entanto, protestou contra a forma com que foi levado para dar esclarecimentos. O ex-presidente foi trazido de sua casa, em São Bernardo do Campo, na região do Grande ABC, sob um mandado de condução coercitiva. “Ele registrou que já atendeu a inúmeras intimações da Polícia Federal e do Ministério Público, que passam de dez, e, portanto, não precisava dessa violência”, contou Teixeira.

“Essa operação hoje não tinha sentido jurídico. Bastasse um ofício, que ele compareceria. Ele já compareceu na Polícia Federal, no Ministério Público Federal, inúmeras vezes”, acrescentou o deputado em crítica à operação de hoje.

Condução coercitiva
O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, foi levado de casa na manhã desta sexta-feira (4), de São Bernardo do Campo para o Aeroporto de Congonhas, em um carro descaracterizado da Polícia Federal, por volta das 8h desta sexta-feira (4). Lula é um dos alvos dos 11 mandados de condução coercitiva – quando não há prisão, apenas a condução do depoente para se pronunciar em processo. Lula permanece depondo no aeroporto.

Foram expedidos pela 44 mandados judiciais, sendo 33 de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva no Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Paulo, São Bernardo do Campo, Atibaia, Guarujá, Diadema, Santo André e Manduri (SP).

A PF cumpre mandados de busca e apreensão na casa do ex-presidente Lula, na casa e empresa dos filhos de Lula e no sítio em Atibaia.

Duzentos policiais federais e 30 auditores da Receita Federal participam da ação, que foi batizada de “Aletheia”. O termo é uma referência à expressão grega que significa “busca da verdade”.

Em São Bernardo do Campo, manifestantes pró e contra Lula entraram em confronto em frente à casa do ex-presidente

O Ministério Público Federal justifica a ação como necessária para aprofundar a investigação de possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro oriundo de desvios da Petrobras.

O Instituto Lula avaliou a ação da PF como "arbitrária, ilegal e injustificável". "A violência praticada hoje (4/3) contra o ex-presidente Lula e sua família, contra o Instituto Lula, a ex-deputada Clara Ant e outros cidadãos ligados ao ex-presidente, é uma agressão ao estado de direito que atinge toda sociedade brasileira. A ação da chamada Força Tarefa da Lava Jato é arbitrária, ilegal, e injustificável, além de constituir grave afronta ao Supremo Tribunal Federal", diz o texto da nota. O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, também foi conduzido a depor na Polícia Federal.
 

Fonte: Agência Brasil/Redação

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