Política

Lava Jato prende doleiro operador de Cunha

A Polícia Federal realiza uma operação na manhã desta sexta-feira (1) em ao menos três Estados São

Sexta - 01/07/2016 às 12:07



Foto: Lula Marques/Folha Imagem O doleiro Lúcio Bolonha Funaro foi preso em São Paulo
O doleiro Lúcio Bolonha Funaro foi preso em São Paulo
A Polícia Federal realiza uma operação na manhã desta sexta-feira (1) em ao menos três Estados - São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco - e no Distrito Federal.

O doleiro Lúcio Bolonha Funaro foi preso em São Paulo. De acordo com investigadores da Operação Lava Jato, ele é ligado a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado da Câmara dos Deputados.

Essa operação da Lava Jato é baseada nas delações de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa indicado por Cunha, e de Nelson Mello, ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas.

Carros da Polícia Federal foram à sede da JBS, dona da Friboi, na manhã desta sexta, em São Paulo. A empresa é um dos alvos da operação de hoje.

Cleto relatou em delação premiada que Cunha recebeu propinas em 12 operações de grupos empresariais que obtiveram aportes milionários do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS).

Em depoimentos prestados à Procuradoria-Geral da República (PGR), Cleto contou que Cunha cobrava comissões variáveis, de 0,3%, 0,5% ou até mais de 1% dos repasses feitos pelo fundo

Há suspeitas de que a JBS tenha pago propina, por meio de Funaro, para obter recursos desse fundo. Uma das propinas relatadas por Cleto refere-se à captação de recursos feita em 2012 pela Eldorado Brasil, empresa do grupo J&F, holding que controla o grupo JBS.

O valor pleiteado inicialmente foi de R$ 1,8 bilhão para obras numa fábrica em Três Lagoas (MT), mas acabou reduzido para R$ 940 milhões. Nesse caso, Cleto disse acreditar que Cunha tenha recebido valor superior a 1% como comissão. Ele afirmou que sua parte foi de R$ 940 mil.

O delator contou que a negociação do aporte foi feita com o controlador da J&F, Joesley Batista, supostamente apresentado a ele por Funaro num jantar na casa do operador financeiro. A residência de Batista também foi alvo de buscas hoje.

Outra delação

A delação premiada de Mello, firmada com a Procuradoria-Geral da República, aponta um suposto repasse de propinas milionárias para senadores do PMDB, entre eles o presidente do Congresso, Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e Eduardo Braga (AM). Eles negam as acusações.

Mello afirmou em seu depoimento aos procuradores que pagou R$ 30 milhões a dois lobistas com trânsito no Congresso para efetuar os repasses. Funaro e o lobista Milton Lyra seriam os responsáveis por distribuir o dinheiro para os senadores.

Em Recife, no Rio de Janeiro e em Brasília, os mandados são de busca e apreensão. Em Pernambuco, os mandados são cumpridos em uma construtora. No Distrito Federal, no escritório de Lyra, ligado ao presidente do Senado, Renan Calheiros.

As decisões para essa operação foram tomadas pelo ministro Teori Zavascki, responsável pela Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal). A ação faz parte da Operação Lava Jato na PGR (Procuradoria Geral da República). 

Fonte: Uol

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