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Jornalista denuncia espancamento e abuso sexual

A jornalista egípcia-americana Mona Eltahawy, que já escreveu para veículos importantes dos Estados

Quinta - 24/11/2011 às 12:11



Foto: Reprodução A jornalista egípcia-americana Mona Eltahawy, que já escreveu para veículos importantes dos Estados Unidos como o The Washington Post, The New York Ti
A jornalista egípcia-americana Mona Eltahawy, que já escreveu para veículos importantes dos Estados Unidos como o The Washington Post, The New York Ti
A jornalista egípcia-americana Mona Eltahawy, que já escreveu para veículos importantes dos Estados Unidos como o The Washington Post, The New York Times, e The Huffington Post e é conhecida pelas duras críticas que faz às autoridades do Egito, relata na manhã desta quinta-feira (24), em sua conta no Twitter, o tratamento que recebeu nas últimas horas, após ser presa no Cairo em meio à nova onda de protestos contra o Conselho Supremo das Forças Armadas (SCAF, na sigla em inglês). Ela afirma que foi vítima de espancamentos e abusos sexuais, duas práticas comuns no Egito nos 30 anos da ditadura de Hosni Mubarak e que se perpetuam na transição comandada pelos militares.

Durante a madrugada desta quinta (horário de Brasília), após algumas horas sem escrever, Mona enviou a seguinte mensagem. “Espancada e presa no Ministério do Interior”. Por volta das 8h45 desta quinta (horário de Brasília) ela escreveu “Estou livre”. Em seguida, Mona afirmou que passou 12 horas presa primeiro por homens do Ministério do Interior e, depois, da Inteligência Militar do Egito e publicou esta foto de sua mão, visivelmente inchada, segundo ela por conta das agressões.

"Graças a Deus um ativista político no Ministério do Interior me emprestou seu celular para que eu tuitasse [a mensagem dizendo que estava presa]. Logo depois do meu tweet a bateria acabou. Além de baterem em mim, os cachorros do CSF [Forças de Segurança Central] me sujeitaram ao pior abuso sexual. Cinco ou seis me cercaram, apertaram meus seios, pegaram na minha área genital e eu perdi a conta de quantas mãos tentaram entrar nas minhas calças. Eles são cachorros e seus chefes são cachorros. F… a polícia egípcia", disse.

"Eu não queria ir para a Inteligência Militar, mas um policial me disse que eu iria educadamente ou não. Esses caras não me espancaram ou abusaram. Em vez disso, me vendaram por duas horas, depois de me deixar esperando por três horas. Primeiro eu respondi perguntas porque meu passaporte não estava comigo, mas depois me recusei [a responder] como civil. Uma hora depois, eu estava livre com um pedido de desculpa dos militares pelo que o CSF fez. Tiraram fotos dos meus ferimentos, gravaram um depoimento sobre o ataque sexual, disseram que iam investigar e que não sabiam por que eu estava ali. Então quem sabe??! As últimas 12 horas foram dolorosas e surreais, mas eu sei que me livrei muito mais fácil do que a maioria dos egípcios. Só Deus sabe o que teria acontecido se eu não tivesse dupla cidadania e se o que eu escrevo não aparecesse em vários veículos de imprensa”, acrescentou.
 

Fonte: Época

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