Em discurso a juristas, o candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (18) que "estamos diante de uma tentativa de fraude eleitoral". A Folha de São Paulo denunciou que empresas estão comprando pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT no WhatsApp e preparam uma grande operação na semana anterior ao segundo turno.
A prática é ilegal, pois se trata de doação de campanha por empresas, vedada pela legislação eleitoral, e não declarada. A Folha apurou que cada contrato chega a R$ 12 milhões e, entre as empresas compradoras, está a Havan. Os contratos são para disparos de centenas de milhões de mensagens.
Ao comentar reportagem da Folha de São Paulo sobre as fake news pagas pelos empresários contra o PT, Haddad afirmou ainda tratar-se de caixa 2 para financiar uma campanha de difamação e inverdades a seu respeito.
Reunidos nesta quinta-feira com o candidato do PT, juristas decidiram lançar um movimento contra a compra de pacotes de disparo de mensagens em massa contra Haddad.
O candidato disse, no entanto, temer que a Justiça Eleitoral seja inibida pela violência e não cumpra seu papel constitucional.
Segundo ele, nunca democracia esteve tão ameaçada.
Luciano Hang já foi condenado no TSE
O empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan e militante pró-Bolsonaro, já foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em agosto por contratação irregular de impulsionamento de propaganda eleitoral no Facebook.
Ele teve que pagar uma multa de R$ 10 mil por impulsionar conteúdo favorável a Jair Bolsonaro na rede social.
"A lei estabelece que pessoa física não pode fazê-lo, por um motivo muito simples: é que seria absolutamente impossível avaliar, na prestação de contas [do candidato], as inúmeras pessoas que contratariam diretamente o impulsionamento", disse o ministro Luis Felipe Salomão na sentença, que isentou de punição Bolsonaro e o Facebook.
Reportagem da Folha revelou que Hang é um dos empresários que estabeleceu contratos de até R$ 12 mi para efetuar milhões de disparos no WhatsApp contra o PT. (Débora Sögur Hous)
Fonte: Folha de São Paulo