Google e Apple removem mais de 330 apps financeiros de suas lojas

A prática veio à tona após a investigação do jornal britânico Independent e intervenção da Australian Securities and Investiments Comission (ASIC)


Google e Apple

Google e Apple Foto: Search Engine Land

Nesta semana, Google quanto Apple removeram da Play Store e da App Store centenas aplicativos financeiros que aplicavam golpes em seus usuários. A prática veio à tona após a investigação do jornal britânico Independent e intervenção da Australian Securities and Investiments Comission (ASIC) a fim de desmantelar os golpes que chegavam a roubar mais de 1 milhão de libras (cerca de R$ 4 milhões) de investidores.

Após denúncia da publicação, as autoridades australianas entraram em cena a fim de revisar os aplicativos de investimentos em opções binárias. Ao todo, mais de 330 apps foram avaliados e identificados como fraudulentos, pois eram operados por empresas ou indivíduos não autorizados.

Esse tipo de investimento implica em apostar diretamente na queda ou no aumento de valores de ações ou moedas, ganhando ou perdendo dinheiro conforme isso acontece ou não. O uso desse tipo de serviço vem se tornando comum em países como Austrália e Reino Unido, local onde não é fiscalizada — quem cai em um golpe desses por lá tem poucas chances de recuperar o dinheiro.

Fraude e propaganda enganosa

Um dos detalhes mais ressaltados pela ASIC é a propaganda enganosa realizada pela maioria dos aplicativos. Isso porque eles prometiam ganhos enormes em pouco tempo (em um caso, era prometido lucro de 90% em menos de uma hora), mas sem deixar claro quais os riscos desse tipo de investimento. Ao todo, 80% dos apps sequer citavam a existência de qualquer risco. Alguns apps ainda só funcionavam para roubar informações pessoais de seus usuários.

Alguns apps apenas roubavam dados pessoais dos usuários enquanto a maioria não alertava sobre os riscos desse tipo de investimento

De posse dessas informações, a ASIC entrou em contato com Apple e Google e cobrou celeridade das duas empresas para que os aplicativos identificados fossem removidos de suas lojas virtuais. Nesta terça-feira (01), quatro dias após a publicação do Independent, a dupla já começou a tomar providências.

Para evitar problemas, a representante da ASIC Cathie Armour afirmou que o ideal é ficar sempre atento à procedência das corretoras antes de realizar um aporte financeiro.

“Os investidores também precisam estar certos de que um provedor de serviços financeiros está adequadamente licenciado e autorizado a realizar aqueles serviços, independente do meio pelo qual ele atua”, alertou. “Em uma época na qual a tecnologia pode esconder quem está oferecendo e controlando um produto, a atenção dos compradores nunca foi tão importante. Se algo parece ser bom demais para ser verdade, provavelmente o é.”

Ao todo, as autoridades financeiras do Reino Unido receberam 305 denúncias de fraude desde maio de 2016. A crença, porém, é de que o número deve ser significativamente maior.

Fonte: TECMUNDO

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