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Trabalhadores saem às ruas contra Temer e reformas; lojas fecham e ônibus param

Lojas abriram, mas fecharam em seguida. Ônibus voltaram a circular, mas com frota reduzida

Sexta - 30/06/2017 às 19:06



Foto: Roberto Araujo/Piauihoje Greve Geral em Teresina no dia 30 de junho de 2017
Greve Geral em Teresina no dia 30 de junho de 2017

Na manhã desta sexta-feira (30), trabalhadores de várias categorias se unificaram no movimento de Greve Geral em Teresina. Convocados por centrais sindicais e movimentos populares, o movimento ocorreu em todo o Brasil. Na capital piauiense, profissionais diversos cruzaram os braços e saíram pelas ruas do centro em protesto contra o governo Temer e as reformas trabalhistas e previdenciária.

Greve geral em Teresina

SERVIÇOS PARALISADOS

Os ônibus do transporte coletivo municipal funcionaram até por volta de oito horas da manhã, horário que o SINTETRO anunciou que iria encerrar as atividades para adesão da categoria na Greve Geral. Os ônibus voltaram a circular no turno da tarde, porém, apenas com 30% da frota.

Algumas escolas públicas municipais e estaduais não abriram em virtude da paralisação dos professores e funcionários em adesão à Greve Geral.

O Sindicato dos Comerciários anunciou que iria paralisar, no entanto, os lojistas disseram que as lojas iam abrir normalmente. No momento do ato, os manifestantes solicitaram aos donos das lojas que as fechassem, caso contrário, as fariam do seu jeito. Imediatamente, várias lojas do centro fecharam as portas. 

Com exceção dos hospitais, que funcionaram normalmente, a Universidade Federal do Piauí (UFPI) não teve expediente e teve suas vias de acesso bloqueadas. Estudantes, professores e servidores técnico-administrativos da UFPI fizeram um ato próximo à entrada da Universidade.

Greve Geral bloqueia todos acessos à UFPI

CATEGORIAS PROFISSIONAIS

Participaram do ato a Federação de Trabalhadores da Agricultura (FETAG), professores funcionários da educação do estado, da saúde, dos Correios, Urbanitários (Eletrobrás e Agespisa), rodoviários, bancários, comerciários, hoteleiros, dentre outros.

A concentração do ato na Praça Rio Branco começou por volta das 09h, com representantes das categorias presentes falando sobre os motivos que levam os trabalhadores a combater o governo de Michel Temer e as reformas propostas por ele. Em seguida, por volta das 10h20, o grupo saiu em caminhada pelas ruas do centro de Teresina. O protesto ocorreu até por volta de meio-dia, percorrendo as ruas do centro, e encerrou na Praça da Liberdade. 

Protesto percorreu ruas do centro de Teresina

Presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura (FETAG), Elisângela Moura, ressalta que toda a classe trabalhadora é prejudicada com as reformas propostas, mas ainda mais, os agricultores e agricultoras familiares, principalmente quem trabalha no campo.

“Sabemos que a mobilização é importante para que possamos garantir o nosso apoio principalmente contra essas reformas previstas aí por esse governo Michel Temer. Porque com essas reformas, nossos agricultores e agricultoras não vão mais poder se aposentar, apenas um salário mínimo, que é o valor do benefício. E principalmente [a situação] do campo, nós sabemos a dificuldade que os trabalhadores enfrentam com a seca. A renda não é mensal, é anual de acordo com a produção durante o ano, e com certeza isso nos prejudica”, ressalta.

Presidente do Sindicato dos Urbanitários, Paulo Sampaio, afirma que a categoria também traz a pauta contrária às privatizações tanto do governo federal, como estadual e municipal, com a privatização da Agespisa e da Cepisa.

“Através das nossas manifestações nas ruas, queremos demonstrar que não estamos satisfeitos com a maneira que vem sendo conduzido o Brasil, a maneira como o governo vem fazendo um verdadeiro desmonte às estatais, como Petrobrás e Eletrobrás, então está havendo um desmonte, não está havendo investimento, para acompanhar o crescimento da demanda de energia, de água e esgotamento sanitário. Não são só os nossos interesses corporativos, mas a economia do povo de um modo geral. Porque a gente sabe que se vier a privatização de água e energia, vai haver aumento de tarifa e vai haver precarização do serviço”, argumentou.

Trabalhadores se mobilizam no Centro

Estudantes também estiveram presentes nos protestos reforçando o movimento puxado pelas centrais sindicais. A estudante de História da UFPI Brenda Marques conta que a classe estudantil se une aos trabalhadores por entender que tem um papel dentro da história do Brasil e que, por entender que muitos trabalhadores não poderem participar desses atos, é papel dos estudantes também representá-los.

"A luta dos estudantes sempre foi histórica dentro do Brasil. E a gente sabe que a gente tá aqui lutando pelas nossas famílias, pelo nosso futuro, porque nós somos os futuros trabalhadores. E nós queremos nos aposentar. A gente sabe que têm muitos trabalhadores não podem estar na rua por conta do sistema capitalista, então a gente se une aos trabalhadores para dizer que essas reformas não vão passar, que a gente vai se aposentar sim e o Temer vai cair", disse a estudante.

Leia mais: Greve fecha lojas do Centro e só 30% dos ônibus circulam

Fonte: Roberto Araujo

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