Geral

DIA DO TRABALHADOR

Trabalhadores do transporte e educação enfrentam desafios para valorização no PI

Nesta segunda (1º), dia do trabalhador, categorias lembram as lutas por reconhecimento profissional

Roberto Araujo

Segunda - 01/05/2023 às 08:05



Foto: Rômulo Piauilino / Semcom Ônibus em Teresina
Ônibus em Teresina

Muitas categorias profissionais têm enfrentado nos últimos anos, sobretudo em virtude das consequências da pandemia de Covid-19 na economia, dificuldades com a não valorização profissional e a perda de direitos. Com a falta de medidas de segurança por parte dos governos para os trabalhadores, alguns setores foram fortemente afetados. Aqui no Piauí, sobretudo dois foram especialmente impactados: o de transportes e o da educação.

Quem acompanha o noticiário nos últimos anos sabe que a situação dos motoristas e cobradores do transporte urbano de Teresina não é nada fácil. Com descumprimentos tanto por parte da prefeitura e das empresas que fornecem o transporte urbano, trabalhadores tiveram que pedir cestas básicas para conseguirem se alimentar. A falta de convenções coletivas de trabalho fez com que muitos deles recebessem valores mínimos como remuneração, e preferiam não pedir demissão com a esperança de conseguirem seus direitos um dia na justiça.

Após constantes paralisações e greves, em abril foi firmado um acordo extrajudicial que garantiu que a Prefeitura de Teresina e o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano (SETUT) pusessem um fim a esse dilema. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários, Antônio Cardoso, parte foi feito, mas ainda não está sendo totalmente cumprido.

“A gente conseguiu resolver em grande parte, não conseguiu resolver 100% porque foi feito um acordo para melhorar a situação da população e dos trabalhadores, e ainda não está sendo cumprido, porque houve determinação de um número, mas eles não estão sendo colocados nas ruas de Teresina. Então, não há ainda aquele conforto para os passageiros de Teresina, porque foi dito que seria colocado 20 ônibus a cada mês, mas a gente observou que tem consórcio que está em déficit, não está colocando”, disse.

Antônio Cardoso, presidente do SINTETRO (Foto: Roberto Araujo)

TRANSPORTE INTERMUNICIPAL

Antônio Cardoso também chama atenção para uma outra situação que preocupa os trabalhadores: os transportes piratas. Para ele, existem nessas condições trabalhadores que não estão regulamentados que correm risco de vida e também expõem passageiros a situações perigosas.

“A gente está com uma dificuldade muito grande no transporte intermunicipal e interestadual, conscientizando as pessoas que às vezes imaginam de pagar o preço de uma passagem mais barata, mas na verdade, é um transporte pirata. São trabalhadores, mas não tem carteira assinada, correndo risco de vida, e não trazem nenhum benefício para o estado do Piauí e muito menos para a capital. Então, a gente tem que também orientar esses passageiros a procurar uma empresa que seja regular e que cumpra as obrigações trabalhistas”, citou.

CRISE NA EDUCAÇÃO

Outro setor que foi fortemente atingido com as últimas crises foi o da educação. Depois de muitos meses sem aulas, professores reivindicam reajustes salariais equivalentes ao período em que não tiveram por conta da pandemia de Covid-19. No Piauí, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação espera respostas do Governo do Piauí, e reclama da forma como tem sido tratado pelo governo de Rafael Fonteles.

De acordo com a presidenta do sindicato, Paulina Almeida, não tem havido um entendimento entre a gestão, e disse que o tratamento é semelhante ao do ex-governador Wellington Dias que, segundo ela, também não tinha diálogo com a categoria.

Desafios na educação passa pela valorização do professor e por boas condições de trabalho (Foto: Reprodução)

“Continua do mesmo jeito, parece que a gestão é a mesma, não é? Onde nós temos muitas deficiências, não há diálogo por parte do governador, temos conversado com os deputados, conversamos já três vezes com o secretário de educação, mas são pessoas que não tem resolvido a política educacional. E aqui no estado do Piauí nós, professores, funcionários de escola, estamos desvalorizados. O governo mandou para a Assembleia Legislativa um projeto de lei onde ele teria que fazer o reajuste de 14,95 %, linear e na carreira para todos e para todas, e ele fez apenas uma complementação salarial. Então os profissionais estão totalmente desvalorizados e isso é preocupante”, cita a educadora.

A presidenta do sindicato lembra que a valorização do trabalhador da educação passa pela criação de boas condições de trabalho, pela prioridade da política educacional e, sobretudo, pela valorização dos profissionais. Para ela, a luta sindical é fundamental para que haja esse reconhecimento.

Paulina Almeida, presidenta do SINTE (Foto: Roberto Araujo)

“É importante que haja a questão da valorização dos profissionais, especialmente as condições de trabalho, a carreira, a formação e aqui no estado do Piauí a educação tem sofrido muitos percalços. Nós temos muitas deficiências, e é claro que a gente vem tentando, um uma busca pra que nós sejamos atendido e de fato consigamos a nossa valorização profissional como também da educação. Porque como Karl Marx disse, que o trabalho é feito pela sociedade para a sociedade. Então é importante que a sociedade, os gestores compreendam que o trabalhador é quem desenvolve o estado, o país e o município. Então, nós vamos continuar na resistência e na luta em busca dos direitos sociais da classe trabalhadora”, finaliza.

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: