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ORGULHO DE SER

Semana do orgulho: Dificuldades de aceitação e inserção no mercado de trabalho

“Eu me senti real, uma pessoa de verdade”, diz estudante ao ter oportunidade de utilizar nome social

Bruna Raryana

Quarta - 30/08/2023 às 17:25



Foto: Reprodução Semana do orgulho
Semana do orgulho

A semana “Do Orgulho de Ser ", que em 2023 está em sua 17ª edição, representa mais que somente dias de festividades voltadas para a comunidade LGBTQIAPN+. São dias em que pessoas com as mesmas dificuldades, apresentam à sociedade todas as lutas travadas durante o ano. Fazendo com que a população volte os olhos para situações que muitas vezes são ignoradas ou esquecidas. Segundo pesquisa realizada pelo Grupo Consultivo de Reflexão Global - COQUAL, 33% das empresas existentes no país não contratariam pessoas LGBT+  para cargos de chefia.

O doutorando em arqueologia Danyel Almeida, está em um casamento homoafetivo a seis anos  e contou ao Portal Piauí Hoje.com sua experiência de vida até conseguir se assumir, tanto no seu ciclo social como familiar. “Ainda há um certo receio em me apresentar como lgbt em certos ambientes. Passamos por muitas situações de bullying em meio ao processo de auto aceitação e descoberta”, comenta. No início do seu processo de aceitação, em 2015, Danyel teve dificuldades dentro e fora de casa no momento em que tudo estava confuso, mas encontrou uma rede de apoio em que pode se entender e receber carinho.

Danyel Almeida e o marido Benedito Farias

Danyel Almeida se alegra em poder ter uma data que celebra a diversidade e que reúne pessoas com as mesmas experiências que as suas. Durante anos teve receio de expor sua sexualidade ou ao menos falar sobre. O arqueólogo conta que no processo de descoberta teve apoio de amigos que o acolheram e o ajudaram a ter orgulho de quem ele é. Hoje, depois de anos de luta, Danyel Almeida possui o apoio de sua família e amigos. “Minha família, mesmo tendo uma homofobia estrutural, sempre faz o possível para que eu me sinta super acolhido. Meus amigos e colegas de profissão também sempre são incríveis”, finaliza.

Ainda de acordo com pesquisa realizada pela COQUAL, 41% dos funcionários LGBTQIAPN+ afirmam já ter sofrido discriminação em razão de sua orientação sexual ou identidade de genero no ambiente de trabalho. Conversamos com a estudante Vian Sousa (20), que contou ainda se sentir insegura ao usar seu nome social no local de trabalho; Tanto por medo de discriminação, quanto por não querer ser tratada com diferença ao não se identificar como cisgênero. A estudante também falou do momento em que se sentiu acolhida e respeitada: “Quando eu entrei na Universidade Federal eu encontrei pessoas como eu, apoio, companheirismo. Foi o primeiro momento que usei meu nome social e pessoas como meus professores respeitam. Eu me senti real, uma pessoa de verdade”, desabafa.

Vian Sousa

A semana do orgulho é organizada pelo grupo Matizes desde 2005 e em 2023 tem como tema “ Fé na vida, Fé no que virá”. Encerra dia 3 de setembro com a 21a Parada da diversidade, contando com o show da cantora Duda Beat. Hoje a partir das 19h30min acontece uma mesa redonda on line com o tema: Formação e trabalho profissional em Serviço Social anti lgbtfobia.

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