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PREVENÇÃO

Riscos de acidentes domésticos com crianças aumentam nas férias

Com as férias escolares as crianças ficarão mais tempo em casa e os cuidados devem ser redobrados

Bruna Raryana

Segunda - 03/07/2023 às 18:38



Foto: Shutterstock / Goran Bogicevic Crianças de férias em casa
Crianças de férias em casa

Dados do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) revelam que somente no ano de 2023, 4.947 crianças e adolescentes de 0 a 14 anos deram entrada no pronto-socorro. Esse número representa um aumento de 21% comparado ao mesmo período do ano passado. De junho a julho, quando se inicia as férias escolares, é o período que costuma ser o mais propício a acidentes domésticos, visto que as crianças ficam mais tempos dentro de casa e muitas vezes sem supervisão de adultos.

As principais causas de acidentes com crianças atualmente são, queimaduras, afogamentos, fraturas, inalação ou engasgamentos com objetos estranhos. Os dados do HUT identificaram ainda que 42% das crianças chegam pela emergência pediátrica, 24% através do serviço de otorrinolaringologia e 22% são fraturas e vão direto para a urgência ortopédica.

Segundo a Enfermeira Especialista em Urgência e Emergência, Daiane Azevedo, um dos principais motivos para que acidentes domésticos aconteçam, ainda é a falta de supervisão. Ela alerta para que os pais e irmãos mais velhos fiquem atentos enquanto as crianças brincam ou realizam alguma outra atividade que represente risco, mesmo que minimamente. 

“Enquanto o fogo estiver aceso é necessário que adultos estejam vigilantes para o caso de aproximação das crianças. Observar se cabos das panelas não estão direcionados para fora e está atento para os locais com água. Piscinas, caixas d'água e tanques cheios também oferecem riscos”, afirma a enfermeira.

Daiane Azevedo / Divulgação


Daiane Azevedo, também alerta para os perigos no banho, pois devem acontecer com supervisão para ser evitado possíveis quedas ou deslizes que podem ocasionar torções. Além de observar com atenção os alimentos ingeridos, sempre oferecer comida cortada de forma segura para ingestão, principalmente para bebês. Assim como, não disponibilizar brinquedos com pequenas estruturas que podem ser levadas à boca. E por último o cuidado com as quedas, se atentar ao ver crianças descendo de camas, sofás ou móveis que não possuem altura segura para que ela desça sozinha.

Gastropediatra Iramaia Alencar / Foto: Arquivo pessoal

A médica gastropediatria, Iramaia Alencar, comenta que é crucial a supervisão dos adultos nesse período de férias e que o cuidado deve ser redobrado. A médica enfatiza o cuidado com remédios, produtos de limpeza e plantas. De modo a evitar intoxicação por ingestão indevida.

 “ É interessante fazer uma vistoria setorizada da residência. Por exemplo, observar se os móveis da sala possuem quinas que oferecem riscos. Observar se as tomadas estão de fácil acesso e utilizar protetores. Também, não deixar fios expostos. Já na cozinha, é importante retirar os objetos cortantes e priorizar a utilização das bocas da parte de trás do fogão” reforça a pediatra que ainda ressalta a importância do uso de telas de proteção em janelas, varandas e piscina.

COMO PROCEDER

A pediatra da Emergência Infantil do HUT, Aiana Camila, alerta para que não sejam realizados procedimentos de emergência sem instrução prévia. 

“Caso a criança apresente algum sinal de alerta como: vômitos repetidos, desmaio, crises convulsivas, rebaixamento de consciência, você deve procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo”, enfatiza.

Aiana Camila / Divulgação

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