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MEIO AMBIENTE E SAÚDE

Proibida temporariamente no Piauí, queima do lixo traz graves danos ao meio ambiente

Assim, além de evitar queimadas, o Piauí já soma mais de 8 mil focos ao longo do ano.

Da redação

Quinta - 30/09/2021 às 07:24



Foto: Divulgação Rafael Marques
Rafael Marques

No último dia 23, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente publicou a portaria em que proíbe até 30 de novembro a queima controlada no Piauí, incluindo a do lixo, que segundo a gestão estadual, é um comportamento cultural.

Assim, além de evitar queimadas, o Piauí já soma mais de 8 mil focos ao longo do ano. Por isso, a suspensão da queima traz outros ganhos ao meio ambiente, tendo em vista que tal prática provoca diversos prejuízos, impactando diretamente a vida da população em geral.

Nesse sentido, o coordenador de Engenharia, Segurança e Meio Ambiente do Grupo Sterlix/Raiz, Rafael Marques, detalha ainda que a queima de plásticos, por exemplo, 'libera gases tóxicos na atmosfera, como dioxinas, furanos, mercúrio e bifenilos policlorados, mais conhecidos pela sigla PCB'.  "A prática representa uma ameaça à vegetação e à saúde humana e animal", destaca.

O indicativo reforça a necessidade da destinação correta dos resíduos sólidos, trabalho feito desde 2012 no Piauí pela Sterlix/Raiz.

Para se ter ideia da importância da destinação adequada, o estudo Poluentes Tóxicos do Lixo Plástico - Uma Revisão, publicado na revista Procedia Environmental Sciences por Verma et. al. indica que a incineração de resíduos plásticos a céu aberto é uma das principais fontes de poluição do ar. Em torno de 12% da maior parte dos resíduos sólidos municipais é composta de plástico, de um tipo ou de outro, e 40% de todo o lixo do mundo é queimado.

"As dioxinas se depositam em plantações e nos cursos de água, onde acabam entrando nos alimentos e, consequentemente, nos corpos dos seres humanos. Essas dioxinas são poluentes orgânicos persistentes e potencialmente letais, que podem causar câncer e prejudicar a tiróide e o sistema respiratório", indica o biólogo Rafael Marques.

Os ftalatos, substâncias químicas que dão ao plástico algumas de suas características mais apreciadas, como flexibilidade e suavidade, são disruptores endócrinos. Eles estão associados a uma variedade de complicações de saúde, desde problemas de fertilidade e problemas neonatais entre bebês até alergias e tipos de asma.

O estudo destaca que "a queima do lixo plástico aumenta o risco de doenças cardíacas, agrava doenças respiratórias, como asma e enfisema, causa irritações na pele, náusea e dores de cabeça, e prejudica o sistema nervoso".

A queima de plástico também libera o carbono negro, sob a forma de fuligem, que contribui com as mudanças climáticas e a poluição do ar.

Fonte: AI Comunicação Ai

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