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Pivô das denúncias, Durval Barbosa envolve PSDB no mensalão do DEM

Piauí Hoje

Terça - 01/12/2009 às 02:12



Pivô das denúncias do "mensalão do DEM", o ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa acusa o PSDB de também participar do esquema de caixa dois que teria sido montado pelo governador José Roberto Arruda (DEM) durante a campanha eleitoral de 2006. Quem atuou pelos tucanos na coleta de propina e distribuição do dinheiro a aliados políticos, segundo Barbosa, foi o próprio presidente da legenda no DF, Márcio Machado.Filiado ao PSDB há 14 anos, Machado assumiu a Secretaria de Obras do governo do DF quando Arruda tomou posse. Ele era cotado para ser candidato ao Senado na chapa que uniria DEM, PSDB e PMDB.À Polícia Federal, o ex-secretário Barbosa afirmou que Arruda irrigou sua campanha com dinheiro de empresas fornecedoras do governo. Teriam sido arrecadados ilegalmente de 2004 a 2006 R$ 56,5 milhões em contratos da Codeplan (Companhia do Desenvolvimento do Planalto Central), empresa do governo então sob comando de Barbosa.Em depoimento ao Ministério Público do DF, em 16 de setembro, Barbosa disse que o presidente do PSDB-DF ia às vezes até a sua casa para tratar do dinheiro da propina. O ex-secretário mencionou aos promotores três pagamentos supostamente feitos pelo tucano: R$ 6 milhões para o deputado Benedito Domingos (PP); R$ 200 mil para Adalberto Monteiro, presidente local do PRP; e R$ 100 mil para Omar Nascimento, que comanda o diretório regional do PTC.Tucano atribui arrecadação em 2006 a tesoureiro Secretário de Obras do Distrito Federal e presidente local do PSDB, Márcio Machado disse que atuou só como um amigo na campanha do governador José Roberto Arruda (DEM) em 2006. Ele negou que tenha arrecadado dinheiro de propina para pagar apoio de partidos ao então candidato.Machado afirmou que a responsabilidade pela arrecadação de recursos era do tesoureiro de campanha e que tudo foi declarado legalmente à Justiça Eleitoral. Disse também que não falaria sobre o processo, pois seus advogados não tiveram acesso a todos os documentos da investigação.Sub de Arruda é afastado das obras da Copa de 2014 Um dos principais articuladores do governador José Roberto Arruda (DEM) no suposto esquema de propinas, Fábio Simão será afastado do comando das obras do governo para a Copa do Mundo de 2014. Simão atua como coordenador do comitê organizador de Brasília na Copa de 2014, além de ser ligado ao presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira. Ele foi afastado na sexta-feira do cargo de chefe de gabinete pessoal de Arruda. Como ontem foi feriado local no DF, a medida ainda não foi publicada no "Diário Oficial". Simão não foi localizado pela Folha.Manifestantes usam panetones em protesto contra a cúpula do DEM Os integrantes da cúpula do DEM que foram ontem à residência oficial do governador José Roberto Arruda (DEM), a cerca de 20 km do centro de Brasília, enfrentaram protestos na saída do encontro, que durou cerca de duas horas. Dez pessoas com bandeiras e camisas da juventude do PDT -partido que ontem decidiu romper com Arruda- levaram panetones e tentaram atirá-los dentro dos carros, promovendo empurra-empurra com seguranças e jornalistas. Os manifestantes cantavam as seguintes palavras de ordem: "Arruda na Papuda [presídio de Brasília] e P.O. [Paulo Octávio, vice-governador do DF] no xilindró".Dividido, DEM decide hoje sobre expulsão Sob ameaça de racha, o DEM decide hoje em reunião de sua Executiva Nacional se desfilia sumariamente o governador José Roberto Arruda (DF) ou se permite a ele a oportunidade de se defender em um processo de expulsão que duraria no máximo 16 dias. Em encontro ontem a portas fechadas com Arruda -o único governador da legenda-, os líderes da bancada no Senado, José Agripino Maia (RN), e na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), defenderam a expulsão sumária, mas no início da noite tomou força a possibilidade da defesa rápida.Serra classifica denúncias de "gravíssimas" O governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência, José Serra (PSDB), classificou como "gravíssimas" as denúncias contra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM). "Sem dúvida os fatos revelados, inclusive por filmes, são gravíssimos", disse. "Eu acho que a opinião pública requer mais explicações a respeito daquilo que aconteceu por parte do governo e da Assembleia Legislativa." Prefeito de São Paulo e uma das principais lideranças do DEM, Gilberto Kassab também disse que as denúncias são gravíssimas. "Se forem ratificadas as denúncias, que os acusados sejam exemplarmente punidos." Segundo Kassab, o caso prejudica a imagem do seu partido. Mas disse que a aliança com o PSDB será mantida.Governador se defende e culpa "herança" de Roriz Acuado diante de uma série de denúncias e se dizendo "firme" no DEM, o governador José Roberto Arruda (DF) leu ontem um comunicado no qual nega as acusações feitas pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa. Segundo ele, seu governo está sendo vítima por ter contrariado interesses de Barbosa e de empresários. Arruda chamou o ex-secretário de "herança maldita" deixada pelo governo Joaquim Roriz (PMDB). No comunicado, ele não voltou a falar que o dinheiro que recebeu serviria para comprar "panetones", trocando o uso da verba para "ações sociais".

Fonte: Congressoemfoco

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