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Piauienses perseguidos pela Ditadura Militar são anistiados

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Segunda - 02/04/2012 às 14:04



 A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça julgou o processo do advogado e ex-Procurador Geral do Estado, Manoel Lopes Veloso, em audiência ocorrida nesta sexta-feira (30), na Câmara Municipal de Teresina. O advogado, inscrito legalmente na OAB-PI, e outros cinco piauienses perseguidos no período da Ditadura Militar foram anistiados.

A família de Manoel Lopes Veloso, falecido em março de 2011, representada pela advogada Maria Amélia Cavalcante, recebeu o pedido formal de desculpas pelo Estado em decorrência dos anos de perseguição política, iniciada em 1962. Além disso, ficou acordado o pagamento de uma indenização no valor de R$100 mil, teto máximo pago pelo Ministério da Justiça, a sua viúva, Isabel Veloso.

A decisão de anistia perante a sociedade é muito importante. Havia uma mácula que ele não conseguia apagar. A perseguição política continuou mesmo depois de liberado da prisão, tanto que ele foi aprovado num concurso de Promotor Público, em 1968, e nunca assumiu, relatou emocionada Maria Amélia, que foi colega de trabalho de Manoel Veloso.

A Comissão analisou também os processos post mortem do médico Clidenor de Freitas Santos, um dos fundadores do extinto sanatório Meduna; o presidente do Sindicado dos Estivadores Tiago José da Silva, e o artista plástico e professor da Universidade de Brasília, José Sebastião Rios de Moura. Os outros anistiados, ainda vivos, foram o membro fundador do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Campo Maior, Antônio Damião de Sousa, e o servidor público José Gomes Moreira, acusado de fazer parte do "Grupo dos Onze".

O Piauí foi a 20ª unidade da federação a receber a Caravana da Anistia, que está em sua 56ª Edição. Para a vice-presidente da Comissão da Anistia, Suely Bellato, a vinda representa uma grande contribuição aos piauienses que são desconhecidos para muitos conterrâneos. O que eles tinham de subversivos era uma falácia propagada pelo regime militar. Eles são grandes brasileiros, e nós somos herdeiros dessa história de luta. Queremos continuar o compromisso que eles tiveram por um país melhor, sem tortura, sem restrição de liberdade, sem censura, disse.

A OAB-PI, representada pelo seu vice-presidente, Nelson José Nunes Figueiredo, participou pela manhã de sexta-feira, da abertura da Caravana da Anistia, ocasião em que destacou a importância desse compromisso da Justiça com as vítimas do Regime Militar. A luta deve continuar através de ações como essa, que contribuem para a consolidação dos valores da cidadania e concretização dos direitos fundamentais do cidadão, afirmou.

Fonte: oab-pi

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