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RESGATE

Piauí lidera resgates contra trabalho escravo no Nordeste pela segunda vez

O levantamento foi feito pelo Ministério Público do Trabalho (MPT)

(*) Por Edmilson Junior

Sexta - 26/01/2024 às 17:39



Foto: Ascom/MPT-PI Trabalhador no corte da Carnaúba
Trabalhador no corte da Carnaúba

O Piauí se destaca como o estado do Nordeste com o maior número de resgates de trabalhadores em situação análoga à de escravidão pelo segundo ano consecutivo, conforme levantamento do Ministério Público do Trabalho (MPT), divulgado nesta sexta-feira (26). 

Em 2023, 159 trabalhadores foram resgatados no estado, colocando-o em quinto lugar no Brasil em número de resgates. A cadeia produtiva da carnaúba representa uma parcela significativa, com 54% dos casos, mais que triplicado em relação ao ano anterior. 

Apesar de uma queda de 8,8% em relação a 2022, quando 180 trabalhadores foram resgatados, a situação ainda é preocupante. A atividade da carnaúba liderou os resgates, seguida por extração de pedras, catação de raízes, pecuária e produção de concreto. Pela primeira vez, o estado registrou resgate de trabalhadores domésticos, com duas mulheres resgatadas em Teresina. 


Minas de extração de pedras 

O procurador do Trabalho Edno Moura, coordenador estadual da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conaete), alerta para a importância da sensibilização e vigilância contínuas, especialmente na cadeia produtiva da carnaúba.

“O estado do Piauí é um estado que escraviza muito seus trabalhadores. Além de termos um elevado número de trabalhadores resgatados dentro do estado, tivemos, em 2023, mais de 230 trabalhadores piauienses resgatados em outros estados, em atividades como corte de cana e extração de pedras. Uma realidade que precisamos mudar”, reforçou. 

Municípios como Nazária, Batalha, Cajueiro da Praia, Castelo do Piauí, Piripiri, Elizeu Martins, Regeneração, Elesbão Veloso, Jerumenha e Rio Grande do Piauí registraram resgates.  

"É por isso que a gente conclama para que eles continuem ajudando, por meio dos nossos canais oficiais ou pelo Disque 100. É importante que essas informações cheguem o mais robusta possível, com fotos e vídeos, para que a gente providencie a fiscalização e possa adotar as medidas cabíveis a cada caso”, finaliza. 

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