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Papa Francisco celebra missa de despedida nos Estados Unidos

Vaticano Missa Celebração EUA Papa Francisco

Segunda - 28/09/2015 às 00:09



Foto: Reprodução Papa Francisco
Papa Francisco
O Papa Francisco se despediu neste domingo (27) da Filadélfia com a celebração de uma missa multitudinária para encerrar sua visita aos Estados Unidos, após cinco dias de visita no país. Ele volta ao Vaticano na noite deste domingo.

O sumo pontífice percorreu as ruas da cidade a bordo do papamóvel em meio a uma grande ovação de dezenas de milhares de pessoas, até chegar ao palco gigante montado na avenida Benjamin Franklin Parkway.

Acompanhado de bispos americanos, o Papa, de 78 anos, celebrou or volta das 17h (de Brasília) os primeiros ritos da cerimônia que encerra o VIII Encontro Mundial das Famílias, em uma tarde nublada e fresca.

"Queremos viver todo o clima com a multidão, com toda esta gente que está aqui pela mesma razão", disse à agência France Presse Rwan Oneill, um americano de 27 anos, acompanhado de uma amiga.
"Nunca vi tanto entusiasmo. Todo mundo está unido", disse o guatemalteco Manuel Portillo, de 54 anos, que mora há 22 na Filadélfia.

Para Nicole, de 31 anos, disse "apreciar que Francisco tenha o espírito mais aberto que seus antecessores", embora não se declare católica.

Segundo a Efe, durante a missa Francisco fez uma advertência sobre o "desafio urgente" que representa a proteção do meio ambiente.

"O desafio urgente de proteger nossa casa inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca do desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar", declarou Francisco.

A ocasião desta vez foi a missa com a qual se encerraram os atos do VIII Encontro Mundial das Famílias, um evento cujo objetivo é que "as famílias se encontrem como igreja doméstica e santuário da vida para orar, dialogar e aprofundar-se em temas de atualidade".

Foi sua primeira participação neste tipo de evento, instituído pelo Papa João Paulo II, e a ocasião em torno da qual, segundo informou o Vaticano em repetidas ocasiões, se organizou a viagem do Papa Francisco aos Estados Unidos.

A missa fecha uma visita pontifical histórica de seis dias, que começou em Washington e passou por Nova York antes de terminar na Filadélfia. Esta décima viagem do primeiro apa das Américas começou em Cuba, onde pediu que o país continue no caminho da reconciliação.

Encontro com vítimas de abuso sexual

Antes da missa, pela manhã, Francisco reuniu-se com vítimas de padres pedófilos, além de educadores e membros das suas famílias, e declarou que "Deus chora" por esses crimes.

"Deus chora. Os crimes contra menores não podem ser mantidos em segredo por mais tempo", afirmou Francisco, em reunião com bispos norte-americanos pela manhã, quando falou sobre o encontro com vítimas de pedofilia da Igreja.

"Eu me comprometo com a zelosa vigilância da Igreja para proteger os menores e prometo que os responsáveis vão responder por seus atos", declarou o Papa.

Francisco recebeu durante meia hora em um seminário três mulheres e dois homens, "vítimas de abusos sexuais cometidos por membros do clero, educadores e membros de suas famílias", informou em um comunicado do Vaticano.

A Filadélfia, cidade da costa oeste americana a meio caminho entre Washington e Nova York, foi uma das regiões mais atingidas nos Estados Unidos por este escândalo na década de 1980. Francisco já havia tratado o caso em várias ocasiões durante esta viagem, mas sempre de forma discreta.

Para a ala mais dura dos afetados, a rede de sobreviventes dos abusados por sacerdotes (Snap, na sigla em inglês), a reunião foi "uma simples operação de relações públicas", segundo um comunicado.

Visita a prisão

Após o encontro com as vítimas e sua apresentação diante dos bispos, o Papa fez uma atividade que costuma integrar suas viagens oficiais: visitou a prisão de Curran-Fromhold, nos arredores da Filadélfia

"Estou aqui como pastor mas sobretudo como irmão para compartilhar de sua situação e fazê-la minha também", disse em discurso antes de cumprimentar com um aperto de mãos cada um dos detentos, sentados em filas numa grande sala.

Francisco chegou a trocar palavras com alguns deles e recebeu de presente uma cadeira fabricada pelos detentos.

Em sua mensagem em espanhol, disse que é "triste constatar que os sistemas prisionais não buscam curar as feridas, sanar as feridas, dar novas oportunidades".

Relação EUA e Cuba

Muito envolvido no restabelecimento do diálogo entre Havana e Washington, Francisco foi recebido muito calorosamente e pessoalmente pelo presidente Barack Obama no aeroporto e na Casa Branca.

Desde sua chegada a Washington, que também incluiu um discurso inédito na quinta-feira ante as duas casas do Congresso, Francisco despertou grande alegria, com multidões que o seguiram para todas as partes.

Tratado como uma estrela do rock, o Papa se manteve firme em seus princípios de humildade e proximidade com os setores mais vulneráveis, despertando a admiração de líderes de todas as classes políticas, da imprensa e até mesmo dos não-católicos.

Em Nova York, deixou uma forte mensagem na ONU contra a opressão financeira sobre o mundo em desenvolvimento e a favor da luta contra as mudanças climáticas, antes de visitar o Memorial do 11 de Setembro.

Imigrantes e famílias

Para os milhões de imigrantes em situação irregular que vivem nos Estados Unidos, Francisco tornou-se um verdadeiro paladino, defendendo-os e pedindo respeito pela sua dignidade e identidade.

Filho de italianos, exortou-os no sábado a "não desanimar" e "nunca se envergonhar" em um discurso simbólico no local da declaração de independência dos Estados Unidos em 1776.

Através de exemplos históricos como Abraham Lincoln ou Martin Luther King, ele pediu aos americanos para lembrar os valores fundadores da nação.

Capaz de um diálogo franco, sem frases enigmáticas, também defendeu a família como a "fábrica de esperança", em um discurso improvisado para uma multidão.

Com a sabedoria popular que provoca tanta admiração entre os seus seguidores, Francisco pediu para que as famílias superem suas dificuldades com paciência e amor e nunca terminem o dia "sem se reconciliar".

Fonte: globo.com

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