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ÍNDIOS

Número de ataques a terras indígenas já supera o de 2018

Os dados foram apresentados durante o lançamento do relatório "Violência contra os Povos Indígenas do Brasil

Lucas Mota

Quarta - 25/09/2019 às 14:16



Foto: UOL Índios realizam uma passeata em Brasília
Índios realizam uma passeata em Brasília

O ano de 2019 já registra 44% mais ataques a terras indígenas do que o total registrado em todo o ano passado no país. Este ano contabiliza 160 casos até hoje. Os dados são do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) e foram apresentados durante o lançamento do relatório "Violência contra os Povos Indígenas do Brasil - Dados de 2018", em Brasília. 

Segundo o relatório, divulgado hoje, o país registrou 111 casos de invasões, exploração ou danos em terras indígenas em 2018. O número é 15% maior que os 96 casos em 2017. 

O Cimi explica que os casos citados envolvem invasões, exploração ilegal de recursos e danos ao patrimônio e são resultado do aumento da grilagem, do roubo de madeira, do garimpo e até mesmo da implantação de loteamentos em seus territórios tradicionais. 

Rondônia foi o estado com maior número de casos em 2018: 17 ao todo. "No estado, as áreas indígenas, sem exceção, estão invadidas por madeireiras, fazendas e até loteamentos estão sendo constituídos para vendas de lotes. Centenas de garimpos ilegais estão em funcionamento dentro de áreas indígenas. Somente nas terras do povo munduruku são mais de 500 garimpos", diz o relatório. 

Para o presidente do Cimi, o bispo Dom Roque Paloschi, a violência contra as terras indígenas ocorre porque esses povos são esquecidos pelo poder público, que "atua, quase sempre, tendo como referência interesses marcadamente econômicos, e não os direitos individuais, coletivos, culturais, sociais e ambientais" 

"Na região Norte, há um devastador processo de invasão dos territórios, mesmo que já tenham sido demarcados ou até mesmo homologados. Em todo o país, a natureza está sendo dragada por madeireiras, mineradoras, garimpeiros, grileiros e pelo latifúndio, mas a cobiça é ainda mais explícita sobre a Amazônia, expressa em projetos de exploração indiscriminada da terra e de todos os seus bens naturais", afirma o bispo em texto de abertura do relatório. 

Fonte: UOL

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