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FAVELAS

Nova direção da CUFA promete focar na descentralização das ações e juventude

O novo presidente da entidade é o jornalista Valcian Calixto e o vice é Elisaldo Júnior

Cintia Lucas

Terça - 02/05/2023 às 14:30



Foto: Divulgação Valcian Calixto, presidente da CUFA
Valcian Calixto, presidente da CUFA

A Central Única das Favelas – CUFA anunciou sua nova gestão no Piauí. O novo presidente da entidade é o jornalista Valcian Calixto e o vice é Elisaldo Júnior. Valcian Calixto já foi repórter do Piauí Hoje e falou com exclusividade ao portal sobre as metas da entidade no estado, que devem ser alinhadas com as metas da entidade no nacional, que tem como base evidenciar e potencializar os talentos e inovações que existem e são criados diariamente nas periferias por seus moradores.

Entre os destaques da futura gestão no Piauí estão: descentralizar as ações da capital para o interior e alcançar mais pessoas. Focar nos jovens, nas mães solos, mostrar o potencial do empreendedorismo, com mais qualificação, projetos, eventos e feiras como a Expo Favela, com a primeira edição que vai ser realizada, este ano, em nosso Estado.


A nova gestão também deve dar continuidade a programas que já são exitosos há dez anos como a distribuição de kit alimentação a famílias em vulnerabilidade social.

PIAUÍ HOJE - Quais as metas da sua gestão na CUFA Piauí?

VALCIAN CALIXTO - Primeiro quero aqui registrar meu agradecimento ao Portal PiauiHoje em nome de toda a imprensa do Piauí. Segundo dizer antes da meta, o que é a Cufa. A Cufa está presente em mais de cinco mil favelas em todo o Brasil e o que ela faz é evidenciar e potencializar os talentos e inovações que existem e são criados diariamente nesses locais por seus moradores.

A Cufa Brasil todo dia faz questão de lembrar a essas pessoas, ao setor público, ao privado, às universidades, enfim, a todos os setores o quão produtivas podem ser e são as favelas Brasileiras. Se todas elas juntas formassem um Estado, seria o quarto maior do país, ficando atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, por exemplo. Além disso, as favelas do Brasil movimentam por ano R$ 120 bilhões, fruto de um empreendedorismo criativo e próprio dos moradores. Não sou eu quem está dizendo, é o Data Favela, um instituto de respaldo e credibilidade tamanha que agora fez parceria com o IBGE para terminar o Censo do ano passado que não havia sido concluído. Ou seja, o Data Favela e a Cufa vão acelerar a coleta dos dados nas comunidades.


Então quais são minhas metas na Cufa Piauí? Primeiro descentralizar as ações da capital para o interior e alcançar mais pessoas. Focar nos jovens, nas mães solos, mostrar o potencial que já existem nestes espaços dentro do empreendedorismo, com mais qualificação, projetos, eventos e feiras como a Expo Favela, com a primeira edição que vai ser realizada este ano em nosso Estado.

Vamos também usar do esporte como ferramenta de mobilidade social, mostrando uma agenda positiva dentro das favelas, que costumam ser estigmatizadas. Nesse sentido, vamos fazer a 2° edição da Taça das Favelas, visibilizando os talentos das nossas comunidades.

E vamos continuar todas as ações positivas que a Cufa vem realizando há mais de 10 anos por aqui, que é levar kit alimentação a famílias em vulnerabilidade. A soma de todos esses esforços é para que um dia não existam mais favelas, somente locais de muita potência.


PIAUÍ HOJE - Como você vê a CUFA hoje enquanto movimento de transformação social nas periferias?

VALCIAN CALIXTO - Imagina que você tem a ocupação do Lindalma Soares. Diariamente sendo noticiada como um local perigoso, sem acessibilidade, saneamento etc. Como a Cufa, como a imprensa, como os gestores podem transformar a realidade daquele espaço? Para além da infraestrutura, é preciso dar autoestima, é preciso que os moradores se sintam confiantes de que eles próprios podem ser agentes dessa transformação positiva. Então, quando a Cufa leva um curso técnico, leva uma palestra, distribui alimentos oriundos de doação, coloca os jovens de lá para disputar a Taça das Favelas essa transformação começa a ocorrer efetivamente. Os caminhos para a transformação são vários e todos podemos e devemos contribuir.

PIAUI HOJE - Quais os principais trabalhos que a CUFA desenvolve em Teresina?

VALCIAN CALIXTO - Mais do que projetos, a Cufa é uma tecnologia social que existe, que transforma, que potencializa, que evidencia positivamente o que na existe, mas não é visto nem lembrado: a criatividade, o empreendedorismo, a cultura, as linguagens, o caráter, as histórias positivas das nossas favelas.

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